Parte II - Os Livros "O Hobbit"

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O Hobbit foi o livro que eu li mais rapido em toda minha vida, acho que eu li em meio dia. Uma obra que todos podem desfrutar sem medo de achar enfadonho ou cansativo. Divertido desde da hora que Bilbo abre a porta de sua casa para Gandalf até quando ele volta morto de rico das terras ermas.

“De fato sou um Hobbit”, disse Tolkien certa vez, ”em tudo exceto no tamanho. Gosto de jardins, árvores e fazendas não mecanizadas; fumo cachimbo, gosto de comida simples (sem refrigeração), mas detesto a cozinha francesa; gosto de coletes ornamentais e até ouso vesti-los nestes dias aborrecidos. Aprecio cogumelos (colhidos no campo), tenho um senso de humor muito simples, deito-me tarde e levanto-me tarde (quando possível). Não viajo muito.”

O autor de “O Hobbit” e “Senhor dos Anéis” era um homem do campo e isso influenciou bastante o seu trabalho. Os gostos pelos hábitos e cultura do centro-leste inglês somando as influencias mitológicas (celtas, nórdicos e centro-europeus), definiu a personalidade do Sr. Bilbo Bolseiro e com ele de toda uma raça que embasaria sua obra: os Hobbits. São criaturas semelhantes às seres humanos, porem bem mais baixa (medindo aproximadamente um metro e vinte), de farta cabeleira encaracolada que também nasce sobre pés e mãos. Moram em confortáveis buracos feitos em pequenas colinas e, em geral, não sabem nadar. As diferenças entre criador e criatura terminam por aí. São tímidos, preferem ficar em casa, adoram comida caseira (de preferência cogumelos) e estão sempre fumando cachimbo. Não perdem a oportunidade de comentar uma boa fofoca, não conseguem acordar cede e bebem demais nas festas, que são bastante freqüentes e animadas.

Segundo Tolkien, o tamanho dos Hobbits é uma característica que representa a falta de imaginação desse povo, a respeito de toda a coragem e potencial neles latentes. Mas onde a inspiração do autor encontrou semelhantes raízes? Nos bravos soldados ingleses que lutaram como formigas numa guerra colossal.

Bilbo Bolseiro é o protagonista do primeiro romance de J.R.R. Tolkien, intitulado “O Hobbit”. Mora em um luxuoso buraco chamado “Bolsão”, nome da fazenda de uma tia do escritor, em Worcestershire. Essa terra, onde seu irmão Hilary trabalhava, serviu de ponto de partida para a criação do “Condado” dos hobbits, enquanto que A Vila dos Hobbits, foi inspirado em Warwickshire, onde Tolkien passou quatros anos estudando.

Tolkien escreveu “O Hobbit” para seus filhos e isso explica a simplicidade das técnicas nele empregadas. Apesar de hoje não ser considerada uma obra infanto-juvenil, o vocabulário é acessível e os parágrafos nunca são muitos longos. Os diálogos e ações são privilegiados em detrimento a reflexões e descrições poéticas, os personagens são ricos, porem não complexos e os valores do bem claramente vencem os do mal. As crianças podem ler a história simplesmente pela historia, enquanto os adultos aproveitam as sutilezas e ornamentos da narrativa.

“Num buraco na terra vivia um Hobbit”. Essa nota de rodapé marca o nascimento de uma idéia que, no inicio da década de trinta, daria origem a Bilbo Bolseiro e mais tarde aos acontecimentos descritos em “O Hobbit”. Nessa época, Tolkien já tinha desenvolvido grande parte da enorme paisagem mitológica que constitui “O Silmarillion”, mas certamente não era sua intenção inicial mesclá-la ao mundo burguês e aconchegante de Bilbo. Isso foi inevitável, no entanto, quando o pacato Hobbit encontrou o mago Gandalf e, deixando-se levar por ele e por um punhado de anões destemidos, embarcou numa aventura inesperada em terras desconhecidas, povoadas por raças misteriosas, dragões flamejantes e repletas de cavernas e calabouços.

Durante anos decorridos na criação do livro, a historia sofreu diversas mudanças, bem como os nomes dos personagens, ate chegar à versão que conhecemos. O dragão “Smaug” (do germânico smugan, que significa “espremer-se por um buraco) chamava-se originalmente “Pryftan”; o nome “Gandalf” pertencia ao chefe dos Anões, que mais tarde tornou-se Thorin Escudo de Carvalho. O feiticeiro era conhecido como “Bladorthin”, mas logo apropriou-se do “Gandalf”, em islandês, “elfo-feiticeiro”. Nomes em línguas antigas misturaram-se com inglês moderno e as características de novas raças foram sendo definidas. Mapas foram desenhados e linguagens inventadas. Era a Genesis de um universo fantástico ainda modesto, mas que no futuro tomaria dimensões gigantescas.

As aventuras de Bilbo e seus companheiros quase tiveram o destino de tantas outras obras do autor: o esquecimento. Foi apenas por acaso que um empregado da editora Allen & Unwin teve acesso ao manuscrito original que provocou interesse imediato. Ao concluir o livro às pressas, Tolkien teve que entregá-lo a Rayner Unwin, filho do presidente da editora que, com apenas dez anos, teve a palavra final sobre o destino da publicação. Segue seu relatório, felizmente entusiasmado: “Bilbo Bolseiro era um Hobbit que vivia em sua toca de Hobbit e nunca saía para aventuras. Finalmente chegou Gandalf o feiticeiro e seus anões o persuadiram a ir. Foi emocionante combater Orcs e Wargs. Finalmente, chegaram à montanha solitária; Smaug, o dragão que a guarda, é morto e , após um espetacular batalha contra os Orcs, ele voltou para casa rico! Este livro, com a ajuda de mapas, não precisa de nenhuma ilustração, é bom e deve agradara a todas as crianças entre cinco e nove anos.”

O lançamento de “O Hobbit” foi conturbado pelo perfeccionismo do autor (que não se cansava de revisar os textos), pelos problemas de gráfica (os mapas originais tinham cores demais, desculpe leitor, mas preciso fazer isso: porra de gráfica sem instrumentos novos, ainda eram do século XVII!) e por inexperiência dos editores (que comparavam a obra ao Alice no País das Maravilhas, só porque ambas tinham escritas por professores de Oxford), mas foi um sucesso absoluto. Começou a ser vendido em dezembro de 1937, como livro infantil, ilustrado pelo próprio autor. Mas, em pouco tempo, os críticos já se manifestavam positivamente descrevendo a obra como “um desses livros de criança que podem ser aproveitados pelos adultos”.

A primeira edição esgotou-se em três meses e ate hoje são feitas inúmeras reimpressões. Nos Estados Unidos, o sucesso também foi confirmado em pouco tempo. Os editores logo perceberam que tinham descoberto uma mina de ouro e Stanley Unwin escreveu a Tolkien: “No ano que vem, um grande publico estará clamando para ouvir mais de você sobre Hobbits!”

Partindo da trama de “O Hobbit”, desenvolvendo seus personagens e o mundo à volta deles, Tolkien começa a trabalhar numa continuação de caráter bem mais complexo, numa saga bem mais grandiosa e elaborada que mais tarde se transformaria em “O Senhor dos Anéis”. Após a publicação dessa trilogia, “O Hobbit” passa a pertencer a um universo mais amplo, sendo até hoje considerado uma obra-prima destinada ao público de todas as idades.

Personagens Principais:

Bilbo Bolseiro: Nascido no Condado, no ano de 1890 da Terceira Era. Bilbo vivia tranqüilo em seu buraco chamado “Bolsão”. Sua vida pacifica chegou ao fim com a visita de Gandalf e dos treze Anões liderados por Thorin Escudo de Carvalho, com quem viajou diversas aventuras que culminaram com a morte do dragão Smaug e o restabelecimento do reino dos Anões sob a Montanha Solitária, em Erebor. Durante essa jornada, Bilbo encontra Gollum e passa a ser o dono de um anel dotado de estranhos poderes: tornava o usuário invisível. Mais tarde, esse anel foi identificado como sendo o Um Anel que pertenceras ao Senhor dos Anéis. No ano de 3001, Bilbo organizou uma grande festa em homenagem ao seu aniversário, de onde desapareceu subitamente, sem deixar rastros. Mais tarde, soube-se que tinha ido morar com Elrond, onde passaria o resto dos seus dias escrevendo suas memórias. Frodo, o sobrinho de Bilbo, herdou o anel e todas as riquezas acumuladas nas aventuras do tio, e mais tarde teria seu papel fundamental na Guerra do Anel. Aos 131 anos, Bilbo parte com seu sobrinho para as Terras Imortais.

Balin: Um dos Anões da Campanha de Thorin que viajou com Bilbo até a montanha em Erebor, local onde nasceu. Seguindo o rei Thrain II, quando Smaug expulsou os anões do Reino sob a Montanha, Balin participou da grande Guerra dos Anões e Orcs e depois se retirou por um bom tempo nas Montanhas Azuis. Ali permaneceu até a tentativa frustrante de retornar a Erebor, juntamente com i rei Thrarin II, morto nessa empreitada. Cinqüenta anos se passaria ate que Balin se juntasse à Companhia de Thorin e com ela recuperasse o Reino sob a Montanha. Em 2989, o Anão abandona a Montanha Solitária para tentar resgatar o reino perdido de Moria das garras de Balrog.

Gandalf: O feiticeiro Istar, conhecido com Língua Geral como Gandalf, o cinzento, possui diversos nomes e uma longa história que data da Primeira Era. Mithrandir para os Elfos, Tharkûn para Anões e Incánus para os Haradrim(Homens): o mago era conhecido por muitas raças e em muitas cidades; era visto com um misterioso viajante de idade avançada, longa barba branca, vestido num manto de mutas capas. Usava ainda um chapéu pontudo e nunca largava seu cajado; estava sempre de passagem e muito atarefado. No inicio da Terceira Era, Gandalf foi escolhido como um dos Feiticeiros Istari que iriam abandonar a Terras Imortais em jornada à Terra-média, onde receberia de Círdan ( em algumas traduções ficou Círdran) o anel do fogo: Narya.
O mago passou mais de dois mil anos impedindo as travas de se alastrarem e, em 2941, conheceu Bilbo, com quem livrou a Montanha Solitária do dragão Smaug. Durante essa aventura, adquiriu a lendária espada Glamdring. Oitenta anos depois, Gandalf conhece Frodo, no Condado, que teria papel decisivo na Saga do Anel.
Durante sua aventura com Frodo e a Sociedade do Anel, Gandalf teve que enfrentar o Balrog nas Minas de Moria, com quem travou um duelo de vida e morte do qual sairia fortalecido, com o nome de Gandalf, o Branco. Justamente com seu cavalo, Scadufax, foi elemento decisivo para a vitoria da Campanha do Oeste na batalha final contra Sauron, às portas negras de Mordor.

Thorin: Thorin Escudo de Carvalho ganhou esse sobrenome nas batalhas de Azanulbizar, quando lutou com um galho dessa árvore após ter sido desarmado. Filho do rei Thráin II, Thorin nasceu no Reino sob a Montanha. Depois da guerra dos Anões e Orcs, exilou-se nas Montanhas Azuis, onde permaneceu por meio século. Passando esse tempo, saiu para liberar a Companhia dos Anões que, com Bilbo e Gandalf, recuperou o reino onde nascera. Para isso tiveram que expulsar o dragão Smaug, habitante da Montanha Solitária.

Bard, o Arqueiro: Nasceu e foi criado entre os homens do lago de Esgaroth. Estava na Cidade do Lago quando encontrou a Companhia de Thorin. A cidade já havia sido devastada pelos ataques de Smaug, que vivia ali perto, na Montanha Solitária. Quando Bilbo e seus companheiros expulsaram o dragão de seu esconderijo, Bard o aniquiliou com uma flecha bem colocada no único ponto da couraça. Depois de liberar os homens do lago na batalha dos Cinco Exércitos, Bard reconstruiu Valle (cidade de seus ancestrais) usando parte dos tesouros do dragão.

Smaug: A história do maior dos dragões da Terceira Era perde-se no tempo. Dizem que vivia nas Montanhas Cinzentas antes de mudar-se para Erebor. Fez sua toca sob a Montanha Solitaria no antigo reino dos Anões e estabeleceu seu domínio terrorista em Valle, atacando os homens do lago. Ali permaneceu por muito tempo, dormindo sobre tesouros incontáveis e pedras preciosas. Essas pedras foram se prendendo por todo seu abdômen, ponto fraco natural dos dragões, tornando-o quase invencível. Bard, homem de Valle, aproveitou a única falha da magnífica couraça e destruiu com uma flecha certeira.

1 Response to "Parte II - Os Livros "O Hobbit""

Ana Karoline Says :
5 de dezembro de 2008 às 10:40

"O Hobitt" é uma obra que encanta qualquer um dos 9 aos 90!
"Adivinhações no escuro" é uma passagem impagável pra mim!
Adoro!! ^^

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