J.R.R. Tolkien, O Mestre

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Por: Sr Pikachu Sama


Finalmente irei mostrar meus textos sobre os grandes da literatura, aqueles que me influencia no meu dia-a-dia.E para começar, dedico todo meu empenho em escrever da forma mais correta possível para meu Autor preferido J.R.R Tolkien. Quando li "O Senhor do Anéis" tinha apenas 14 anos, precisei ler o primeiro capítulo cinco vezes para compreender sua narrativa!! Uma porque eu achava enfadonho e cansativo a forma que eles descrevia as coisas, me arrependo amargamente de um dia fazer esse tratamento a obra que mudou minha vida!!^^

Dividi todo seu legado em partes: O Autor, Os Livros, Sua Influencia na cultura Ocidental e O Cinema.

Parte I - O Autor

"J.R.R. Tolkien, o Pai do Fantástico e RPG"

O contato que a nossa cultura tem com o universo mitológico europeu e como o imaginário britânico restringe-se quase que exclusivamente aos contos de fadas. Atualmente, o costume de contar essas histórias fantásticas para as novas gerações está cada vez mais raro. No entanto, quem nunca ouviu falar em princesas cativas, dragões que guardam montes de ouro, feiticeiros lançando magias luminosas e vilões do mundo das trevas? Quem é que já não se rendeu a aventuras épicas de guerreiros heróicos e suas espadas mágicas, calvagando nobres montarias? E quem não tem idéia do que sejam gnomos, fadas, elfos e unicórnios? Poucos, sem dúvida!

Mas por esse elfos, gnomos, fadas, magos e guerreiros das velhas fábulas são diferentes dos que encontramos hoje nas planilhas de RPG, nos jogos de computador, em desenhos animados como “A Caverna do Dragão” ou descritos pela geração de músicos dos anos setenta? Qual a razão do abismo existente entre as criaturinhas que povoam as historia infantis e as variadas raças presentes na fantasia moderna, dotadas de passado histórico complexo, linguagens próprias e tradições milenares? Quem é o responsável pelas drásticas mudanças ocorridas no cenário fantástico? Seu nome é John Ronald Reuel Tolkien.

Esse gênio, mais conhecido simplesmente como Tolkien, nasceu no dia 3 de Janeiro de 1892, na África do Sul. Naquele tempo, muitos ingleses desembarcavam nesse misterioso país, pertencente ao império britânico, para tentar a sorte nas varias oportunidades oferecidas pelas crescentes descobertas de ouro e diamante. Esse foi o caso dos enamorados Arthur Tolkien e Mabel Suffield, que se casaram na Cidade do Cabo e deram luz ao pequeno John, em Bloemfontein, que dois anos depois ganharia um irmão: Hilary.

A alegria durou pouco. Em 1895, Mabel teve que voltar para a Inglaterra levando as crianças, que no ano seguinte ficariam órfãs de pai. Tolkien passa a estudar no King Edward´s Grammar School e recebe o segundo grande golpe de sua vida, quando a mãe morreu de diabetes em 1904, ainda jovem. Os irmãos mudam-se para a casa de uma tia, em Birmingham. Quatro anos depois, Tolkien vai estudar em Oxford, onde se destaca desde cedo.

Quando estourou a primeira guerra, o mundo inteiro entrou em polvorosa, o que não impediu o rapaz de terminar os estudos e nem de render diversos prêmios de lingüística e literatura, suas maiores áreas de interesse. A essa altura já estava apaixonado por Edith Bratt, amiga de infância, com que se casou em 1916. No mesmo ano, Tolkien vai guerrear na França, como segundo-tenente do 11º Corpo de Fuzileiros da Lancashire, prestando serviço de oficial sinalizador do batalhão. Logo retorna à Inglaterra, sofrendo de “febre das trincheiras”. Enquanto convalescia, começou a escrever “O Livro dos Contos Perdidos”, que serviu como base para “Silmarillion”. No final do ano, nasce seu primeiro filho, John.

Retorna ao batalhão em 1918, agora como tenente, cargo que exerceria até o Armistício (o dia que Rússia deixa a Guerra, dando assim, o termino da mesma). Volta a Oxford com a família. Em 1920, após o nascimento de seu segundo filho, Tolkien torna-se docente de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, onde mais tarde seria catedrático na mesma matéria. Nos anos seguintes, ainda nasceriam mais duas crianças: Christopher, que herdou o legado do pai e hoje trabalha ativamente organizando-o, e Priscila, a única menina.

Um ano mais tarde, Tolkien começa a escrever “O Hobbit”, que seria publicado apenas no outono de 1937. Por sugestão do editor Stanley Unwin, inicia uma continuação, que doze anos depois estaria concluída com o nome de “O Senhor dos Anéis”.

O Primeiro volume da trilogia, intitulado “A Irmandade do Anel”, foi publicado em 1954, após ter sido recusado por algumas editoras. Mal sabiam elas que anos depois a saga seria considerada uma verdadeira obra clássica da literatura britânica em todo mundo, inclusive no Brasil, onde ainda esta na lista dos dez mais vendidos de todos os tempos e principalmente ser adaptação mais cara e mais aguardada de todos os tempos do cinema mundial.

Mas o que é a Terra-média, cenário do universo criado por Tolkien? Onde fica? Quando acontece? E por quê?

O nome em inglês, Middle-earth, é a forma moderna de Middelerd, antigo termo usado para designar o mundo dos homens em oposição aos mundos imaginários, como os das fadas, o céu e o inferno. O próprio autor criticava a idéia, na qual a maioria das pessoas acredita, de que o mundo onde se desenvolvem suas historias seria outro planeta. Em entrevista para os jornalistas, chegou a dizer que a região da Terra-média, onde a saga acontece, corresponde à costa européia. Se a Vila dos Hobbits e Valfenda situam-se nas mesmas coordenadas que Oxford (que era a sua idéia), Minas Tirith faz paralelo com Florença, e a foz do rio Anduin com a antiga Tróia!

Essa revelação torna necessária a segunda pergunta: quando? O tempo é seguramente mitológico antes de qualquer registro histórico sobre a civilização humana. Inicia-se na criação de um planeta achatado, inserido em esferas de ar e luz, dominado por semi-deuses chamadas de Valar, povoado por Elfos, Anões, Ents e Orcs. Por volta de 30.000 anos depois, apareceriam os homens. O cataclismo que transformaria o planeta na forma de globo e afundaria a ilha de Númenor (hoje se sabe que é uma referencia sobre Atlântida), ocorreria ainda mais tarde. Segundo Tolkien, as aventuras dessa época, que são contadas no “O Silmarillion”, desencadeariam naturalmente e de maneira inevitável, o curso da historia como aprendemos na escola.

A terceira pergunta crucial. Por que alguém resolveria criar uma nova historia para nosso mundo, ainda que seja uma pré-história mitológica, num tempo imaginário? As próprias cartas do escritor servem de resposta. Nelas Tolkien declara que desde cedo, sentia-se incomodado pela falta de historias que procurava, as quais encontravam em outras culturas como a Escandinávia, alemã, grega e celta. Seu grande sonho não era apenas escrever grandes sagas, como “O Senhor dos Anéis”. Almejava criar um cenário mitológico completo para seus compatriotas, para todo o povo britânico.


Não é preciso dizer que J.R.R. Tolkien foi muito alem do que pretendia. Por todo planeta, legiões de leitores não apenas lêem sua historias como incorporam um universo novo as suas vidas. Literalmente ampliam seus horizontes para outros tempos, outras paragens, conhecem novas raças e costumes. A habilidade narrativa do escritor é tal, que o mundo como conhecemos torna-se uma mescla de real e fantástico, ganha novas cores, novas possibilidades e, muitas vezes, ate um novo sentido. A força da sua criação é grande o suficiente para exorcizar a indiferença dos leitores em relação à importância do sonhar, à possibilidade deles mesmos criarem seus mundos com virtuosismos e viver a realidade com grandeza.

Tolkien não nos presenteou apenas uma historia inesquecível e um universo novo. Ele foi capaz de resgatar nas gerações seguintes a curiosidade necessária para explorar todo o potencial da imaginação humana; de comprovar a importância dos frutos dessa imaginação para dissipar as fronteiras e limites do mundo material. Seu legado estimula o Mario dom do ser humano: a criação, que é o principio oposto ao das grandes guerras que viveu.

Tolkien faleceu no dia 28 de Agosto de 1973, em Bournemouth, aos 81 anos de idade.

1 Response to "J.R.R. Tolkien, O Mestre"

Ana Karoline Says :
5 de dezembro de 2008 às 10:38

Todos os aplausos à Tolkien.
adorei o texto!
Bjus.

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