Arlequim - Cap III - Polar (Continuação)

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- A noite é vazia... Não existe brilho... – repetiu o homem. – Na minha busca por minha finalidade neste mundo, sempre busquei isso. O Vazio. O Brilho. Se eu descobrisse essas duas coisas, eu encontraria o que busco. Depois de um tempo incontável ainda não sei o que é isso, mas sei que é importante. Por isso quando você me encontrou percebi que não foi por acaso, pois alguma coisa mudou dentro de mim nesses últimos dias, você sendo apenas uma formiga, a menor delas, se comparada ao que sei sobre o mundo, vem do nada e me conta num devaneio aquilo que tanto procurava. Não estou tratando você inferior, entenda isso, não existe ser superior ou inferior nesse mundo, tudo faz parte da engrenagem superior que faz esse mundo rodar. Só estou dizendo que encontrei uma resposta para varias perguntas.

Depois que ele falou, ela apenas continuou observando. Estava com um olhar vidrado, aquele olhar que escutou e viu, mas não entendeu. Passando alguns minutos ela diz: - meus pensamentos são confusos. Se falei isso, não posso negar. Pois é isso que encontro por onde eu passei. Foi isso que meus olhos viram e sentiram qur nosso mundo está vazio e sem brilho. Mas suas palavras são vagas para mim, não sei o quanto és sábio, mas você aparenta ser apenas alguns anos mais velho que eu, me considerar a menor das formigas foi a coisa mais ultrajante que alguém já me falou! Você falando assim, ate parece um velho que viveu centenas de anos. Falou a mulher. – Eu não sou velho, mas tenho mais que centenas de anos, talvez milhares de anos. Apesar de estar falando tudo aquilo com uma feição seria e profunda, a mulher acabou rindo daquilo tudo – louco! Só pode ser! Ai de mim! Tratar-me bem para depois fazer o mal! Ó, quanta desgraça ainda me falta?

Agora foi o homem que riu, e riu bastante. Depois de se recompor e vê uma linda mulher a observá-lo com medo se aproximou dela. O medo da mulher era visível pois começou a tremer e chorar. – Por favor, senhor! Não prejudique mais esse corpo – gritou a mulher fechando os olhos. Como não viu reação abriu-os novamente. Aquele homem estranho estava a poucos centímetros de seu rosto. Ele fez de propósito, pois o que ia mostrar para ela vinha dos seus olhos, quando ela viu aqueles olhos bem próximos aos seus, seu coração acelerou-se. Ela percebeu que eles brilhavam. Como fogo. Um fogo eterno que nem mesmo a pior tempestade do pior inverno pode apagar. Então, ela viu...

Parecia um sonho quente. Parecia que tudo estava e não estava. Viu o mundo dando voltas e voltas no seu eixo. O tempo passando. Viu uma criança nascendo do seio de um rio. A criança virando um homem e uma mulher. Andando juntos por uma linda estrada de arvores. Viu o sol indo embora. Viu o céu escuro. Viu trovoes e ventos. Sentiu frio. Sentiu calor. Depois ficou escuro. Só o silencio e nada mais. Era a morte. Era o nada. Era o nascimento. Viu o sábio. Viu o velho. Viu o mundo. Parecia um sonho quente...

Quando acordou, percebeu que o homem ainda estava na sua frente. Seu olhar tinha voltado ao normal, o fogo que tinha, havia sumido. Sua respiração estava acelerada como se tivesse corrido muito tempo, suas entranhas pareciam que iam soltar pela sua boca. Mas ela continuou olhando, pois tinha medo. Aquele olhar lhe dava segurança, algo que só tinha sentido nos braços de seu pai que ficou em um lugar quase esquecido em sua mente.

Em seu desespero ela o abraçou com toda sua força, uma força que nunca existiu. Era apenas orgulho. Seu choro era de uma criança desesperada que perdeu sua mãe no meio de uma multidão. Não se importou de molhar a roupa do homem, ele nem notou para aquilo. Depois de um tempo ela se acalmou e largou o pescoço dele – Acredito que expliquei muita coisa. Como nunca fiz isso com ninguém fiquei com medo. Mas, vejo que você suportou muito bem. Disse o homem enxugando as lágrimas com as costas da palma de sua mão. Percebeu o quanto sua pele era macia e quente. – o que você me mostrou esta gravado com fogo em toda a minha alma, não preciso perguntar mais nada. Já sei a resposta. E sinto com vontade e coragem de dizer o quanto o amo e tenho medo de você, Halmung filho do Sol.


Ele apenas sorriu para ela. Isso foi como uma resposta de afirmação. E falou: - Já não tenho mais nada para lhe mostrar, mas ainda preciso lhe falar algo importante. Tenho um irmão. E ele está vindo me visitar ao escurecer, como sempre fez durante muito tempo. Não sei como vai ser sua reação quando vê um humano na minha casa. Mas não se preocupe, meu irmão é sábio, mais sábio que eu. Tenho certeza que ele vai adorar sua companhia no nosso chá! Falou essa ultima palavra rindo como se fosse um menino que acabou de fazer uma brincadeira. – Chá? Vocês tomam chá? Soa meio irreal tudo isso, como seres de importância celestial podem parar para tomarem chá, mas meus olhos e meu coração já estão a se acostumar com coisas irreais que acabaram virando reais.
Ele apenas piscou para ela. Passados alguns minutos, ele se levantou e saiu do quarto. Retornou com um vestido amarelo dobrado em seus braços. Entregou para ela e saiu outra vez. Ela tinha entendido tudo sem ele dizer nada. Precisava vestir uma roupa mais nova, pois a sua estava em frangalhos. Quando vestiu o vestido se sentiu meia sem jeito. Fazia muito tempo que vestia roupas justas e calças de homens. Mas essa sensação logo passou, pois ela achou o vestido lindo. Era todo amarelo; com adornos costurados em ouro por todo busto e costas, e com dobras no seu final. Ela escuta uma batida na porta. Quando abre não vê ninguém, mas na entrada tinha um par de sapatos brancos, cabiam perfeitamente nos seus pés. Mas como ele sabia qual era o numero da pontuação dela, pensou. Isso pode ser a coisa mais normal que ela viu naquela casa e começou a rir alto e solto.
- Posso entrar linda dama? Pergunta o homem, - Sim, claro que pode. Quando ele entra vê uma linda mulher, a mulher mais linda que ele já viu. Teve certeza que seu coração, se é que ele tinha um, não estava mentindo e nem o enganando. Aquilo que o deixava pensativo nos últimos dias era aquilo que chamamos de amor.

Ela era magra e pequena. Tinha os cabelos cacheados amarrado em rabo de cavalo. Devia ser para não atrapalhar na hora que aparecesse algum problema, pensou Halmung. Tinha a pele clara, mas que agora estava bronzeada pela as intempéries do sol, chuva e ventos. Mas aquilo a deixava mais charmosa. Seus olhos eram negros como o escuro com uma face suave e limpa, que mostrava cansaço e tristeza. Era uma linda mulher que passou muita dificuldade e que esta ao ponto de desistir. Que pede socorro e grita para ser ouvida. Essa mulher precisa de proteção e darei meu coração para protegê-la daqui para frente, encontrei o que buscava. Pensou Halmung
Ele a levou para uma sala que possuía uma mesa e três cadeiras. Na mesa continha três xícaras e um bule fumegante, o aroma que saia dele era doce e parecia delicioso. Ainda havia uma travessa com bolos e tortas de vários tipos. Aquilo tudo uma fome que ela vinha sentindo à muito tempo, mesmo querendo sair devorando tudo, permaneceu apenas degustando com os olhos, a visita que veria parecia importante, ela poderia esperar mais um pouco.

E esse tempo passou mais lento que ela imaginava. Pensou várias vezes como seria irmão de Halmung. Lembrou da infância quando seu pai contava histórias dos Senhores do Mundo, e de como seus irmãos sempre eram o oposto do outro. O perfeito precisa ter o imperfeito, dizia ele. E como sua imaginação sempre foi fértil para essas coisas, acreditava que a pessoa que ia aparecer naquela noite era completamente diferente do homem que a contemplava naquele momento. Até que ele ouve uma canção, que começou baixinho e foi aumentando com a pessoa que a entoava. Falava de formigas que fugiam da chuva que vinha do norte. Até que ficou bem alto que podia jurar que todos os seres mundo estavam ouvindo. E a na porta ouviu-se três batidas...


Parte III - As Raças

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O Segundo Povo - Homens


Muitos milhares de anos depois do despertar do Elfos, junto com o primeiro nascer do Sol, a raça dos Homens despertou em Hildórien, no leste de Arda. No idioma dos Eldar de Valinor o nome deles era Atani, o Segundo Povo, mas essa denominação posteriormente passou a se aplicar apenas às Três Casas dos Amigos-dos-Elfos, que migraram para Beleriand durante as guerras entre os Noldor e Melkor. O povo élfico mais comunentes os chamava de Fírimar, os Mortais.

O nome é apropriado, pois a marca dos humanos era exatamente a mortalidade, ao contrário dos Elfos, eles estavam sujeitos à doença e à morte depois de um breve tempo em Arda, e seu conhecimento e habilidade só cresciam a duras penas. Os Eldar acreditavam que a morte era o presente de Ilúvatar, aos Homens, e que o destino deles estava além dos Círculos do Mundo.

Conta-se que os Homens vieram ao mundo quando Melkor, retornara à Terra-média. O Vala malévolo, de acordo com as lendas sombrias dessa época, teria partido em pessoa para Hildórien ao saber da vinda dos Atani, e lá, lentamente, ele os enganou e corrompeu, tornando-os escravos de sua vontade. Nem todos, porém, se deixaram subjugar, alguns deles ouviram dos Elfos o rumor de que havia Luz no Oeste e escaparam na direção do poente até que, após mais de três séculos, chegaram a Beleriand. Lá eles travaram amizade com Finrod Felagund, príncipe Noldor e senhor de Nargothrond, que os instruiu com a sabedoria élfica e fez deles aliados fiéis contra a ameaça de Morgoth. O primeiro humano a encontrar Finrod foi Bëor,o Velho, ele e sua família permaneceram para sempre fiéis à Casa de Finarfin, da qual provinha Finrod.

As Três Casas dos Edain – Os humanos que chegaram a Beleriand já estavam divididos em três povos, que receberam o nome coletivo em sinadarin de Edain.

A Casa de Bëor, liderado pelo chefe de mesmo nome, era formada por pessoas de cabelos escuros e olhos cinzentos, sérios, habilidosos, inteligentes e compassivos. Eles se instalaram no norte de Beleriand, na região de Ladros, e serviram aos senhores élficos da Casa de Finarfin.

A Casa de Hador tomou seu nome de Hador Cabeça Dourada, que jurou fidelidade a Fingolfin, o maior dos reis élficos (Só perde em carisma para Fëanor, como um dos meus personagens favoritos, esse é dez!). Louros e de olhos azuis, altos, incansáveis e espirituosos, eles formavam o maior povo dos Edain e habitavam o extremo noroeste da Terra-média, no país de Dor-lómin.

A Casa de Haleth era a única a ser liderada por uma mulher, a caçadora Haleth, uma guerreira indomável que morreu solteira, deixando o comando a seu irmão Haldan. Eles eram semelhantes ao povo de Bëor, mas mais lacônicos e solitários, habitando a grande floresta de Brethil.

Depois de muitos anos de prosperidade, os Eldar e os Edain começaram a declinar sob os golpes do Senhor do Escuro. Derrotados em batalha, eles foram forçados a aceitar a ajuda dos Orientais, homens recém-chegados do Leste que estavam secretamente aliados a Morgoth. Embora reunissem um enorme exército aliado, Elfos e Homens foram derrotados na Batalha das Lágrimas Incontáveis graças à traição dos Orientais.

Foi graças à união de Tuor (VEJA TUOR), da Casa de Hador, com Idril, princesa dos Noldor, que as duas Gentes foram salvas: deles nasceu Eärendil, que conseguiu atravessar o Grande Mar para pedir o perdão e o auxílio dos Valar. Morgoth foi derrotado e os Edain remanescentes fundaram o reino de Númenor (VEJA NÚMENOR) , na ilha de Andor (“a dádiva”), dada a eles como recompensa pela luta contra o inimigo.

Os Homens do Mar – Com o auxilio dos Valar, o reino insular de Númenor, governado pela dinastia de Elros (filho de Eärendil) se tornou uma grande potência. Seus marinheiros singravam todos os mares de Arda, e os Dúnedain, nome de seu povo, viviam centenas de anos em paz e prosperidade.

Mas a própria longevidade dos numemorianos foi sua queda. Eles passaram a ansiar por vidas cada vez mais longas e pela própria imortalidade, que por direito só pertencia aos Elfos. As embaixadas dos Valar nada adiantaram, os reis de Númenor e a maior parte de seus súditos renegaram o Oeste e passaram a levar uma vida sedenta de riquezas e poder.

Isso continuou até o reinado de Ar-Pharazôn, que decidiu invadir a Terra-média e destruir Sauron, o grande adversário de Númenor pela supremacia nas Terras Mortais. O tiro, porém, saiu pela culatra: Sauron convenceu o próprio Ar-Pharazôn a levá-lo para Númemeor como refém, mas o chegar lá sua retórica e seu poder fizeram dele o principal conselheiro do rei em pouco tempo. Pharazôn, instigado por seu antigo inimigo, erigiu um templo a Morgoth e decidiu atacar Valinor (Forçou a barra, ein Pharazôn!?) e roubar dos Valar a imortalidade. O resultado foi um completo desastre: Ilúvatar destruiu Númenor e o poderio dos Dúnedain desapareceu para sempre – ou quase. Quem conhece um pouco das lendas de Atlântida irá percerber que essa história lembra muito a destruição do continente lendário que foi tragado pelo o Mar como um alerta que nenhum Homem pode-se comparar aos Deuses. Tolkien nunca negou que se baseou em Atlântida para criar Númenor.

Os Reinos no Exílio – Da destruição de Númenor se salvaram nove barcos, liderados por Elendil, um descendente de Elros que permaneceu fiel aos Valar, e seus filhos Isildur e Anárion. Na Terra-média, eles fundaram Arnor e Gondor, os Reinos no Exílio e derrotaram Sauron aliados ao rei élfico Gil-galad no fim da Segunda Era. Contudo, Isildur decidiu manter o Um Anel consigo, o que evitou que o terrível artefato fosse destruído e levou à sua morte de Isildur e ao retorno de Sauron na Terceira Era.

Pouco a pouco, Arnor e Gondor entraram em declínio, sofrendo cada vez mais com o retorno do Senhor do Escuro. O reino de Arnor acabou desaparecendo, mas os herdeiros de seus reis, descendentes de Isildur, continuaram a enfrentar o mal de maneira secreta em Eriador. Em Gondor, a linhagem secreta de Anárion permaneceu, mas os Regentes continuavam a se opor a Mordor da melhor forma possível. Os Homens selvagens de Rhûn e Harad, aliados de Sauron, minavam cada vez mais Gondor, até que veio o ataque decisivo do Inimigo.

A história de O Senhor dos Anéis, que é a conclusão da grande mitologia tolkieniana, revela esse último grande estágio de luta e Elfos contra Sauron.

Bem, pessoal, vou dar um tempo com o Mestre Tolkien e voltar com outros textos, contos e resenhas. Mas, não se preocupem, porque ainda não acabou os relatos do Mestre Tolkien.

Sr. Pikachu Sama