Parte III - As Raças

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Anões – Os Artífices de Arda

Da história dos Anões existem poucos registros seguros, uma vez que essa raça prezava de maneira especial a privacidade e o segredo que envolvia suas vidas e seu insuperável trabalho artesanal. A única lenda sobre a origem do de Thorin e Gimli a sobreviver até nossos dias é a de origem élfica, mas oferece explicações interessantes sobre as motivações e os interesses desse povo misterioso.

Essa lenda conta que, nas profundezas do Tempo, apenas os Valar e os Maiar habitavam Arda, preparando o Pequeno Reino para a vinda dos filhos de Eru, Elfos e Homens, previstos desde a criação do mundo. E um dos Poderes estava especialmente impaciente com a demora da chegada dos Eruhíni: era Aulë, o ferreiro e artífice dos Valar, um espírito inquieto e generoso, sempre ávido para trazer novas coisas ao mundo e ensinar seus grandes conhecimentos a todos.
Baseado na tênue memória que tinha dos Filhos de Ilúvatar a partir da Grande Canção, Aulë criou os Sete Pais dos Anões num grande salão sob as montanhas da Terra-média; fez também as Seis Mães desse povo, deixando um dos Pais – Durin, o mais velho – sozinho. Aulë começou a instruir os Anões, ensinando-lhes a língua que criara para eles e que permaneceria praticamente imutável por todas as longas eras de Arda. Mas Ilúvatar, embora Aulë não tivesse pedido seu conselho, sabia das ações dos Vala, e se dirigiu a ele mostrando que, sem a Chama Imperecível que o Criador havia dado a Elfos e Homens, eles seriam meras marionetes da vontade de Aulë.

Envergonhado por sua falta, Aulë se dispôs a destruir suas criações, erguendo seu martelo, mas começou a chorar ( Na Artigo do “O Silmarillion” coloquei uma foto desta cena ). Ilúvatar apiedou-se dele e, naquele mesmo momento, os Anões se moveram por vontade própria e imploraram misericórdia. Ilúvatar havia dado a eles a Chama Imperecível e eles foram aceitos entre seus Filhos, com uma condição: voltariam a dormir sob a rocha até a hora em que os Elfos, os verdadeiros Primogênitos, despertassem.
Embora desde os princípios divididos em sete povos, pouco se sabe sobre os Anões além de que se conhece a respeito do povo de Durin, o maior dos líderes dessa raça e líder do povo anão que mais se envolveu na história de Elfos e Homens. Em geral, eles eram baixos (cerca de 1,40m), atarracados, dotados de força e resistência incomuns. Suas paixões eram a rocha, as pedras e os metais preciosos, e tudo o que fosse possível criar de belo e útil com esses materiais. Teimosos, voluntariosos, suas memórias guardavam qualquer ofensa ou favor e ninguém era capaz de dominar suas mentes para o bem ou para o mal. Desde o princípio, houve pouca amizade entre eles e os Elfos e, com as tragédias dos Dias Antigos, a relação entre os dois povos piorou. Viviam muito, bem mais que os Homens (por volta de 250 Anos), mas eram mortais. Eles nasciam com suas barbas e suas mulheres também as tinha, uma coisa que no meu ponto de vista, Tolkien poderia ter feito essa parte mais romantizada e não bruta como ficou. Por isso, havia grande discussão entre os povos de Arda contra os Anões, como homem e mulher possuíam barbas, era quase impossível saber quem era quem. De qualquer forma, eles protegiam suas mulheres ferozmente, uma vez que elas eram poucas – cerca de um terço do número de homens – e delas dependiam a sobrevivência da raça.

Em Beleriand

Como a maioria dos povos de Arda, também os Anões lutaram e sofreram na Terra de Beleriand durante a Primeira Era, as cidades de Nogrod (Habitação Oca) e Belegost (Grande Fortaleza), escavadas nas Montanhas Azuis, se tornaram poderosas e renomadas entre Elfos e Homens. Durante a Batalha das Lágrimas Incontáveis, os Anões ganharam renome ao enfrentar os grandes dragões de Angband, liderados por Glaurung, o Dourado, e seu líder Azaghâl de Belegost forçou a serpente de fogo a deixar o campo da batalha, embora fosse morto por ela.

Graças à cobiça dos Anões e à maldição que jazia sobre as Silmarils (estou colocando o nome em inglês, mas é apenas um capricho meu, pois nome deveria ser: Silmarilli), por causa disso, uma grande inimizade surgiu entre eles e Elfos, e o grande Reino Élfico de Doriath foi extremamente enfraquecido pela guerra entre os dois povos. Depois da derrota de Morgoth, apenas em Khazad-dûm (Moria), bem a leste de Beleriand, foi possível o estabelecimento de um intercambio frutífero entre Elfos e Anões, graças à sabedoria dos reis da linhagem de Durin e de seus povos, os Barbas-longas. Contudo, o poder de Sauron não poderia consentir em aliança tão perigosa a seus interesses, e ele atacou ambos os povos até que eles ficassem praticamente isolados. Mesmo assim, o rei Durin IV enviou tropas para ajudar as forças de Gil-galad e Elendil na Última Aliança.

A Terceira Era

Com a aparente derrota definitiva de Sauron, tudo parecia estar voltando ao normal para o povo de Durin, Moria prosperava e havia paz na Terra-média. Contudo, quase dois milênios depois da vitória da Última Aliança, um mal terrível despertou em Khazad-dûm: era o Balrog, um demônio dos Dias Antigos que voltava a aterrorizar os Anões. Com seu rei e príncipes mortos pela criatura, os Barbas-longas tiveram que deixar seu reino ancestral, fundando domínios em muitas montanhas do norte da Terra-média.
Dessa vez, porém, o grande inimigo deles eram os Dragões que haviam se multiplicado no Norte. As serpentes de fogo conseguiram destruir, um a um, quase todos os reinos dos anões, forçando o herdeiro da linhagem de Durin, Thorin Escudo de Carvalho, a vagar no exílio, pensando em com se vingar das terríveis criaturas ou em como recuperar um dos Sete Anéis dos Anões, que fizera parte da herança de sua família. Foi então que, seguindo o conselho do Gandalf, o Cinzeto, Thorin resolveu convocar o pacato Hobbit Bilbo Bolseiro para ajudá-lo – e a história da Terra-média mudou para sempre, como se pode ver em “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”. No fim das contas, as ações do povo de Durin acabaram sendo determinantes para dar mais fôlego às forças do Bem na Terra-média, que se preparavam para o confronto decisivo com Sauron, o Senhor do Escuro.

Gimli

Gimli foi um intrépido e leal Anão. Seu pai Glóin foi um dos companheiros de Bilbo Bolseiro em sua jornada à Montanha Solitária, e Gimli foi um membro da Sociedade que acompanhou Frodo em sua missão para destruir o Um Anel. Gimli superou sua desconfiança para com os elfos conforme aumentava sua admiração por Galadriel, e formou uma duradoura amizade com Legolas, ganhando dele o nome de Amigo-dos-Elfos.

Gimli nasceu em 2879. Seu pai Glóin pertencia à linhagem de Durin; o nome de sua mãe não é conhecido. Em sua juventude, Gimli viveu nas Montanhas Azuis a oeste de Eriador. Após os anões recuperarem a Montanha Solitária em 2941, Glóin mudou sua família para lá e tornou-se próspero.

Por volta de 3017, um mensageiro veio à Montanha Solitária vindo de Mordor, procurando notícias de Bilbo e do Anel que ele encontrara. Glóin e Gimli foram enviados para Valfenda para avisar Bilbo e procurar conselhos com Elrond. Eles chegaram à Valfenda em Outubro de 3018 e no dia 25 eles compareceram ao Conselho de Elrond. No Conselho foi decidido que o Anel precisaria ser levado para mordor e destruído, e Frodo Bolseiro se ofereceu para a missão. Gimli foi escolhido para ser o representante dos Anões na Sociedade do Anel.

Parte III - As Raças

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Entramos na melhor parte desse trabalho. As Raças. Como não sei de todas as criaturas que habitam Arda. Colocarei as mais conhecidas e principais. Espero que gostem, porque meu deu um trabalho incrivelmente difícil, sintetizar sobre cada Raça.

Elfos – Os Primogênitos de Ilúvatar

O povo dos Elfos (ou Quendi, “os que falam com vozes”, como eles chamavam a si mesmos) é a mais antiga raça de criaturas encarnadas a habitar Arda. Nas profundezas do tempo de Cuiviénen, a Água do Despertar, nos confins orientais da Terra-média. A primeira coisa que eles viram foi o céu estrelado antes que existisse o Sol e surgisse a Lua e, desde então, ele tem um amor todo especial pelas estrelas. Quando Oromë, o Caçador dos Valar, os encontrou alguns séculos depois, ainda às margens de Cuiviénen, não hesitou em chamá-los de Eldar, “a gente das estrelas”, usando o idioma que os próprios Elfos haviam criado.

Desde o principio, ele foram a mais bela raça da Terra-média, altos e vigorosamente imortais, de esplendida aparência e voz melodiosos, sempre prontos a aprender todas as formas de arte e ciência, com uma luz encantadora emoldurando suas faces. Só a tristeza ou a violência era incapaz de encerrar suas vidas, feitas para durar tanto quanto morriam, podiam reencarnar e voltar ao mundo. Na Água do Despertar, contudo, sua inocência primeva foi logo manchada. Alguns deles desapareciam na escuridão, levados por sombras malignas que assombravam os Quendi. Muito mais tarde, os sábios do povo élfico ligaram esse desaparecimento à criação dos Orcs pelas mãos de Melkor. Alguns estudiosos de Tolkien afirmam que Melkor seja o primeiro a perceber o nascimento dos Elfos no Mundo. Apesar de todo seu horrendo poder nas artes negras, ele não podia criar vida. Então, apenas modificou os Elfos. Considerando fatos em todas as obras e o ódio que os Elfos têm pelos os Orcs, compreendo que eles, os Elfos, sabiam de onde surgiu a raça maldita. Sendo a forma de exterminá-los uma redenção para eles. Do mais belo povo é que foram criadas, dessa forma, as mais odiosas criaturas de Arda.

Oromë, ao saber dos perigos afligiam os Elfos, não perdeu tempo, convocou os demais Poderes do Mundo que derrotaram Melkor em combate e o fizeram prisioneiro. Os Elfos foram convidados a se unir aos Poderes do Mundo do Reino Abençoado de Valinor, mas alguns não quiseram deixar a Terra-média, porém a maioria do povo élfico, sob a liderança dos embaixadores enviados a Valinor para analisar as propostas dos Valar (Ingwë, Finwë e Elwë), se preparou para a grande jornada.

Nota:
Antes de iniciar, um dos grandes problemas das Obras de Tolkien para a maioria dos leitores, seja a quantidade exorbitante de nomes e personagens. E como essa parte terá muito nomes e personagens tentarei ser o mais compreensível possível.

Os três Povos

Adotando o nome de Eldar dado por Oromë, os Elfos, que iniciaram a caminhada para Valinor, já se dividiam em três povos que permaneceria relativamente estáveis durante todo o resto da história de Arda. Os Vanyar (“belos” em alto-élfico), o povo de Ingwë, foi o primeiro a alcançar o Reino Abençoado, e lá permaneceu para sempre, deleitando-se com a companhia dos Valar e dos Maiar. De longos cabelos dourados e olhos azuis, eles eram os maiores cantores e poetas dos Eldar, além de se mostrarem guerreiros invencíveis.

“Sábios” é a tradução do nome alto-élfico Noldor, a gente Finwë. Eles chegaram a Valinor junto com os Vanyar, lá se tornaram os mais habilidosos dos Elfos e os mais insaciáveis por conhecimento: a arte do escultor, do ourives e do ferreiro, o conhecimento de línguas e sistemas de escrita e, mais tristemente, o forjar de espadas eram o domínio especial deles.
Entre eles é que surgiu Fëanor, filho de Finwë, o maior dos Eldar e o causador de sua ruína ao se rebelar contra os Valar. É fodão demais esse cara!
Eram altos, audaciosos e impulsivos, de longos cabelos escuros e olhos cinzentos que tudo penetravam.

Teleri, “os últimos”, era o nome que os demais Elfos davam ao terceiro clã, liderado por Elwë. Este não conseguiu completara Grande Jornada, ficando na Terra-média com grande parte de seu povo. Foi seu irmão, Olwë que finalmente trouxe alguns Teleri para Aman, onde eles fundaram Alqualondë, o Porto dos Cisnes; e isso porque eles foram os primeiros a singrar o Grande Mar, marinheiros cujo canto melancólico, como o das gaivotas, espelhava o barulho do oceano. Seus olhos e cabelos eram prateados como as estrelas.

Avari, “os que recusam” é nome dado aos Elfos que decidiram ficar no leste da Terra-média. Criadores de muitas línguas secretas, habitantes das florestas mais distantes e ermas, eles deixaram poucos registros de sua vida em Arda. Como já se disse, nem todos os Teleri, que começaram a jornada para Valinor, alcançaram seu destino. Quando tiveram que atravessar as Montanhas Nevoentas, altas e terríveis, um grupo deles, liderados por Lenwë, resolveu voltar. Estes se tornaram os Nandor, “os que dão meia volta”, um povo que amava as florestas e as pequenas quedas d água, espalhando-se pelo vale do rio Anduin. Foram eles que vieram a maioria dos Elfos de Lothlórien e os da Floresta das Trevas, o povo de Legolas.
Os outros Teleri chegaram até a região de Beleriand, no extremo oeste da Terra-média, mas ali outro grupo se separou buscando Elwë, seu líder, que desaparecera na floresta de Nan Elmoth. Muito tempo se passou, e os Valar insistiram para que os Teleri atravessassem o Grande Mar; os amigos e parentes mais próximos de Elwë porem, se recusaram a partir e acabaran ficando na Terra-média. Elwë reapareceu unido à Melian, a Maia, e se tornou rei de Beleriand e senhor dos Sindar, “os cinzentos”, com o nome de Elu Thingol. Do casamento de Thingol e Melian nasceu Lúthien, a mais bela do povo Élfico.


Ascensão e Decadência


Em Valinor os Elfos alcançaram sabedoria e poder inimagináveis, mas essa ascensão foi acompanhada pelo orgulho. Ao criar as Silmarils, as três jóias perfeitas que enclausurava parte da Luz da Terra dos Valar, Fëanor despertou a cobiça de Melkor, que havia sido libertado prometendo se regenerar. Através de mentiras e calunia, o Inimigo fez com que os Noldor abandonassem Valinor e partissem em seu encalço na Terra-média. A guerra sem esperança que se seguiu em Beleriand praticamente aniquilou os Noldor e seus aliados humanos. No último momento, os Valar se apiedaram dos Elfos exilados, enfrentando e derrotando Melkor. O que se seguiu foi o lento declínio dos Quendi na Terra-média, adiado pela criação dos Três Anéis Élficos e pelas ações gloriosas, mas infrutíferas do rei Gil-galad contra Sauron. Os Elfos estavam fadados, a partir para Valinor ou, no fim das contas, ceder seu lugar aos Homens.

No fim da Terceira Era de Arda, período no qual se passa a história de “O Senhor dos Anéis”, os Elfos tem seu último e decisivo encontro com as forças de Sauron, o maior dos servos de seu grande inimigo Melkor.

Parte II - "Contos Inacabados"

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“Contos Inacabados” é o livro mais complicado de ler se você não for um daqueles que terminou “O Hobbit”, “O Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion” e procura por mais informações sobre a Terra-média e suas Histórias. Conheço muitas pessoas que possuem esse livro e nunca o terminaram, eu já li mais de uma vez... O fato que leva isso é a complexidade narrativa de Tolkien outra é porque as maiorias dos contos do livro estejam inacabadas. E a coisa mais importante é que alguns fatos que ele narra em “O Silmarillion” tenha alguma diferença na história.

Podem até falar que é um ótimo livro, mas que é chato de ler, isso é. Além de ser muito cansativo. Eu costumo dizer que “Contos Inacabados” seja o livro de Tolkien mais financeiro de todos. Podíamos passar sem ele ou pelo menos, que ele tivesse outros contos. Porque sabemos que dar para editar mais de 10 livros com os manuscritos que ele deixou. Mas isso é uma coisa que só Christopher, seu filho, poderá dizer um dia. Mas minha opinião pode ser deixada para lá, pois os leitores querem ver um texto refinado sobre a Obra. Então, lá vai:

"Contos Inacabados de Númenor e da Terra-média" foi publicado pela primeira vez em 1980, sete anos após a morte de Tolkien. Como o título indica, o livro abriga diversas narrativas que não estão concluídas, seja por realmente chegarem a um final abrupto, com indicações vagas de como a história continuaria a partir dali, seja por possuírem diversas versões conflitantes, sem que Tolkien tivesse optado definitivamente por nenhuma delas.

E é justamente esse um dos grandes “charmes” de "Contos Inacabados": o livro permite que o leitor descubra a riqueza do gênio criativo de Tolkien e sua obsessão pela perfeição nos mínimos detalhes. O escritor que vemos nos "Contos" é alguém que tem uma relação dinâmica, viva e nem um pouco estática com sua criação, refinando aqui e ali com a delicadeza de um ourives, criando para seus personagens diversas origens e "tradições" que contam sua história. A semelhança com uma mitologia "verdadeira", criada por um povo em séculos de tradição oral, é impressionante: como os grandes mitos gregos, as lendas tolkienianas são riquíssimas em variantes e mutações no decorrer do tempo.

Mas o outro grande atrativo dos "Contos" é a variedade de cenários, e as informações reveladas sobre personagens e ambientes até então obscuros. O livro está dividido em seções correspondentes às Três Eras da Terra-média, com narrativas ligadas a essas respectivas épocas, além de uma última seção com temas diversos. Na Primeira Era, o leitor encontra as histórias de Tuor e de sua chegada a Gondolin, bem como a de Túrin Turambar, ambas com incrível riqueza de detalhes se comparadas aos capítulos de "O Silmarillion" que tratam dessas mesmas personagens.

Na seção dedicada à Segunda Era, temos a única narrativa em prosa sobre Númenor em seu apogeu que conseguiu sobreviver à Queda, além da "História de Galadriel e Celeborn", texto que fornece uma visão ampla do desenvolvimento da rainha de Lórien como personagem, além de informações extremamente interessantes sobre Amroth e Nimrodel. Na Terceira Era, o panorama é ainda mais vasto e fascinante: a história da morte de Isildur, o início da amizade entre Gondor e Rohan, o relato de Gandalf explicando como ele convenceu Thorin a aceitar Bilbo para a jornada até Erebor. Finalmente, a seção final conta com ensaios fantásticos sobre os Drúedain, os homens selvagens que ajudaram Théoden em sua jornada para Gondor, sobre os Istari (os Magos) e os poderes e funcionamento dos palantíri.

“Contos Inacabados", assim como "O Silmarillion", possui amplo indíce onomástico, além de notas escritas por Christopher Tolkien. O livro vem com o mapa da Terra-média que aparece em "O Senhor dos Anéis", além do único mapa da ilha de Númenor feito por Tolkien.

Como se foi comentado acima, é uma obra que apenas completa algumas lacunas que grande maioria não prestar atenção ou não se importa. Servindo apenas como um livro para aqueles que buscam por mais informações que “O Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion” deixou do ar. Sim, meus caros, até mesmo Tolkien não conseguiu explicar algumas lacunas que loucos como eu conseguiu enxergar lendo essas obras. Eu não indico para todos lêem, indicado para aqueles que não se farta de ler Tolkien.

Viu como foi rápido escrever sobre o livro.

Parte II – "O Simarillion"

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“O Silmarillion”, esse livro é uma das coisas mais complexas que Tolkien escreveu, demorou quase 50 anos para ser lançado, tão complexo que seu filho Christopher precisou editar mais um livro “Contos Inacabados”, o que deixou mais fãs com a pulga atrás da orelha, apesar de “O Silmarillion” ser um livro completo em termos históricos para o mundo de Arda e os grandes heróis do passado, deixa muitas pontas soltas vez por outra. E era nessas pontas que “Contos Inacabados” entraria, mas não foi o que aconteceu, em vez de ter uma pulga atrás da orelha, conseguimos mais uma, principalmente para aqueles como eu que considera toda a obra de Tolkien um Legendarium.


Tolkien casa-se com Edith Bratt em 1916 e, logo em seguida, parte para a guerra pela segunda vez. No fim do mesmo ano, volta à Inglaterra acometido de “febre das trincheiras”. Durante a sua convalescença, começa a escrever “O Livro dos Contos Perdidos”, que mais tarde serviria de base para “O Silmarillion”.

Estava fazendo uma colcha de retalhos. Costurando manuscritos novos e antigos as sementes de um cenáro mitológico complexo, dentro do qual se encaixariam no futuro “O Hobbit” e “O Senhor do Anéis”. No entanto, a princípio Tolkien não tinha grandes pretensões ou expectativas. Estava munido de sua imensa imaginação e potencial criativo, mas ainda não tinha definido um foco para onde voltar sua atenção. Tres fatores o ajudariam a encontra-lo.

O primeiro deles foi seu gosto pela invenção de línguas. Compreendeu que para atingir um certo grau de complexidade, era necessário desenvolver uma história para essas línguas, um contexto completo onde pudessem fluir livremente. O segundo era sua necessidade de expressar seus sentimentos na forma de poesia. Nesse sentido, ainda engatinhava, mas essas primeiras incursões foram determinantes para o aprimoramento de um estilo, a prosa poética, que hoje o caracteriza. Em off: “Um dia eu chego lá!!!!”

O terceiro fator, e talvez o mais importante, era seu desejo de criar uma mitologia para a Inglaterra, sua terra natal. Seus estudos sobre a paisagem mitológica de outras culturas (escandinava, filandesa, grega, alemã e celtas) o fizeram perceber como era pobre a de seu pórprio país. Nas palavras do próprio Tolkien:

“Não ria! Mas certa vez,(já desistir disso faz tempo) tive intenção de produzir um corpo de lendas mais ou menos interligadas, que abrangesse desde o amplo e cosmogônico – o maior apoiado no menor em contato com a terra, o menor sorvendo esplendor do vasto pano de fundo – cuja dedicatória pudesse ser simplesmente: à Inglaterra; ao meu país. Deveria possuir o tom e a qualidade que eu desejava, sereno e claro, com a fragancia do nosso ar; possuiria, se eu conseguisse, a beleza graciosa e fugida que alguns chamam céltica, mas deveria, ao mesmo tempo, ser elevado, purgado e tosco, digno de uma mente mais adulta, de uma terra há muito impregnada de poesia. Eu delinearia alguns dos grandes contos na sua plenitude, e deixaria muitos apenas situados no esquema, apenas esboçados. Os ciclos deveriam ligar-se num todo majestoso e, ainda assim, deixar espaço para outras mentes e mãos, munidas de tinta, musica, drama.Absurdo”


Absurdo? Hoje sabemos que nem tanto. Tudo isso foi exatamente o que o escritor se propôs a fazer ao retornar da guerra. Isso serve para todos nós que um dia sonhamos em escrever sobre o fantástico. Tudo que se cria e se imagina para colocar no papel precisa ser considerado Absurdo, assim a historia flui da forma mais parecida que imaginamos como ficaria.

!Aviso! Se não leu “O Silmarillion, aconselho a parar de ler por aqui mesmo”

O início de “O Silmarillion” conta sobre o aparecimento das primeiras raças, num mundo de grandes proporções. Chamada de Terra-média, provocou uma certa polêmica a respeito de sua posição espacial e temporal. Ao contrario de que a maioria pensa, a Terra-média não se encontra em outro universo, mas sim no nosso próprio planeta, quando as massas continentais tinham um aspecto bem diferente. O tempo sim,é mitológico, mas segundo Tolkien “emenda” com a nossa história. Os mais atentos perceberam que algumas lendas do mundo imaginado pelo autor mesclam-se com outras de nossa civilização. A maioria, no entanto, vem do mais puro e livre exercício de criatividade. A saga das “Silmarilli”, que recheia a maior parte do livro, e o intitula, é um exemplo disso. São três jóias élficas, roubadas de Valinor pelo sinistro Morgoth. Para recuperá-las os elfos, como nação e como indivíduos (o maior e o menor), vivem muitas aventuras heróicas e guerras sangrentas.

É fácil compreender alguns problemas que Tolkien enfrentou logo a principio. Hoje em dia uma pessoa com seus objetivos seria considerada no mínimo perturbada. Naquela época o poder da religião representava uma barreira ainda mais difícil de ser superada. Como um católico devoto podia escrever com tanta convicção sobre um mundo onde Deus não é adorado? “O Silmarillion”, no entanto, não entra em contradição com o cristianismo. Para alguns até complementa-o, pois Deus está sempre presente, com seu séquito de santos, na forma dos Valar. Os nomes podem não os mesmos, nem o imagético, mas a essência está lá.

Tolkien não podia deixar suas crenças religiosas de lado pelo mesmo motivo que não podia escrever nada no qual não acreditasse. Sua obra tinha que ser de alguma forma “verdadeira”, sem, no entanto se transformar em alegoria. Uma tarefa difícil, mas que talvez explique boa parte da magia de suas histórias: a sensação que temos é de que elas realmente aconteceram, em algum lugar do passado. Em nenhum momento o escritor permite que duvidemos disso.

“O Silmarillion” é o organizado dos contos que Tolkien escreveu sobre a Terra-média, e esses contos não são mais do que maravilhosas aventuras através do desenvolvimento de um universo mitológico. A primeira história foi escrita em 1917, porém só aparece no final do livro: “A Queda de Gondolin”. Conta como Morgoth ataca a última fortificação do povo élfico, que protagoniza a saga. Os Elfos de Tolkien são criaturas bem diferentes dos homônimos encontrados nos contos-de-fada, semelhantes a duendes. Representam o ideal humano, tanto fisicamente como ideologicamente. O próprio criador define a criação: “São feitos pelo homem à sua própria imagem e semelhança; libertos, porém, das limitações que mais o oprimem. São imortais, e sua vontade é diretamente eficaz para a realização da imaginação e do desejo”.


Mais para frente, enquanto adiava seu retorno para a guerra por motivos de saúde, Tolkien escreveu a triste história de Túrin, que mais tarde foi intitulada “Os Filhos de Húrin”. Esse conto, assim como os viriam, é bastante influenciado pela tradição finlandesa e islandesa. Já o tema central de “O Silmarillion” surgiu de um passeio que Tolkien fez com sua esposa Edith, logo após o nascimento de seu primeiro filho. Estavam passando por um bosque, e ela cantava e dançava por entre as árvores e folhas secas. Tolkien transformou essa recordação na jovem élfica Lúthien Tinúviel, por quem o mortal Beren se apaixona.

A “Gesta de Beren e Lúthien” talvez seja o ápice romântico de escritor e, sem dúvida, o conto do qual mais gostava. Serviu de ancora para o desenvolvimento das mais historias das suas primeiras eras, contrabalançando as passagens mais áridas e melancólicas, que também eram reflexos da vida real. Na frança todos os homens de seu batalhão tinham morrido e Tolkien levava uma vida de andarilho doente. Edith era como uma luz em meio à tempestade, e não é para menos que hoje podemos ler “Lúthien” em sua lápide.

Em 1923, “O Livro dos Contos Perdidos”, cujo material comporia “O Silmarillion”, estava quase terminado. Tolkien já sabia que terminaria com a viagem da nave-estrela Earendel, que tinha sido sua primeira idéia quando começou a tecer seu universo mitológico. Porém, em vez de concluir o livro, começou a reescrevê-lo. Era perfeccionista ao extremo, nunca estava satisfeito a fazia dezenas de revisões. Além disso, não tinha muita pressa, pois achava que a obra era exótica demais para ser publicada. Para piorar as coisas, tinha medo de fechar o seu trabalho, amarrar todas as pontas e ficar impossibilitado de novas criações dentro daquele mundo.

Enquanto isso foi transformado em prosa os velhos poemas, fazendo nova poesia e recheando ainda mais os meandros históricos da Terra-média. Mexendo aqui, mexendo ali, revisando mais uma vez, organizando melhor; finalmente os “Os Contos Perdidos” se encontraram num todo intitulado “O Silmarillion”. Nessa época, Tolkien já estava melhor de vida. Tornou-se catedrático em Língua Inglesa da Universidade de Leeds e, mais tarde, em Anglo-Saxão, na Universidade de Oxford. Em outras palavras, a maior autoridade da Língua Inglesa da época.

Tolkien não estava vivo quando “O Silmarillion” foi publicado, em 1977, organizado pelo seu filho Christopher.

Quando faleceu, em 1973, o valor comercial do livro ainda era duvidoso, mesmo que amparado pelo sucesso de “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”. Quatro anos depois, os leitores exigiam mais, e a obra passou a ser encontrada nas livrarias. Hoje em dia, “O Silmarillion” é considerado tão importante quantos os outros trabalhos do escritor, pois conta tudo o que aconteceu na Terra-média antes da Saga do Anel. Representa as bases do universo mitológico criado por Tolkien, uma verdadeira síntese do seu processo criativo. Indispensável para aqueles que, quando terminaram de ler “O Senhor dos Anéis”, ficaram curiosos por saber mais sobre os heróis do passado, sobre os nomes conjurados antes das batalhas das batalhas e sobre todo o pano de fundo da Terra-média.

Uma Nova Mitologia para o Ocidente

A visão mitológica de Tolkien arquitetou com tanta maestria em sua obra é provavelmente a mais intricada realização desse tipo na literatura moderna. Contudo, depois de mais de cinco décadas de trabalho incessante que produziram “O Hobbit”, “O Senhor dos Anéis” e as muitas versões de “O Silmarillion”, o que Tolkien tinha nas mãos era algo novo e diferente de seu propósito inicial: um legendarium (como ele próprio gostava de dizer) que integrava de forma original influencia de todas as mitologias do Ocidente, da germânica à judaico-cristã, passando pela grega. Uma nova mitologia nascia para o século XX e também para o nosso século XXI, cheia da mesma universalidade que existe em todos os mitos.

É hora de falar dos principais personagens e elementos que compõe esse majestoso cenário mitológico e das influencias de mitos e autores reais que ajudaram a inspirar Tolkien. Começamos como é lógico, pela criação do reino de Arda, a Terra.

O Ainulindalë – No principio, só havia Eru Ilúvatar (em alto-élfico, “o pai (atar) de tudo/todos), o Único – figura que corresponde exatamente ao Deus judaico-cristão da Bíblia; em suas cartas, Tolkien muitas vezes ate esquece chamá-lo pelo seu nome ficcional e diz simplesmente “Deus”. A primeira ação de Eru é gerar a partir de seu pensamento os Ainur, em quenya “os Sagrados” – criaturas espirituais de grande poder e sabedoria que Tolkien comparava aos anjos da tradição cristã. Eru, então, propõe aos Ainur temas de música, a principio cantados individualmente. Quando sente que eles alcançaram talento e harmonia naquela arte, o Criador oferece aos Ainur um tema grandioso, do qual todos deveriam participar, enriquecendo-o com seus próprios dons e pensamentos. Começa então, o Ainulindalë, a Canção dos Ainur. É aí que o Mal surge pela primeira vez, antes da própria criação do Universo. Melkor, o Ainu a quem Eru havia dado maior quantidade de dons e poderes, decide modificar o tema que Eru lhe propusera, desejando fazer da canção o que quisesse e transformar seus companheiros em meros instrumentos de seu desejo de domínio. Para compreender essa parte é bem simples: Imagine que Eru é o Maestro de uma Orquestra. Onde os Ainur são os componentes da Orquestra propriamente dita e Melkor seja o Violinista que irá fazer um solo no meio da Música. Eru regendo a Música, enquanto cada Ainur toca seu instrumento, quando chega na hora do Solo de Melkor, o que estava programado por Eru e os demais não se realiza, o solo do Violino do Ainu é outra música, uma música medonha e estranha para todos.

Mas o Criador opõe contra Melkor novos temas, que incorporam a discórdia e a confusão introduzidas pelo Ainu rebelde na música, mas ao mesmo tempo as sobrepujaram, mostrando o poder supremo de Eru. A música, então, cessa e Ilúvatar mostra aos Ainur uma visão incrível beleza, que começa se desenvolver como uma história – ou um filme – diante deles: é a Canção que eles haviam feito, agora em forma visível. Eru percebe o desejo de suas criações de que a visão se tornasse real, e pronuncia sua palavra de poder: “Eä! Que essas coisas Sejam!” Eru envia a Chama Imperecível – representação de seu próprio poder criador – para o coração do Universo que passa também a se chamar de Eä, o Mundo que É. Muitos dos Ainur, então, decidem, com a permissão de Eru, entrar no Universo e habitá-lo, passando a ter a responsabilidade de completá-lo e protegê-lo em nome do Criador. A eles é que passa a ser dado o nome de Valar, os Poderes do Mundo – como diz Tolkien, “poderes angélicos, cuja função é exercer autoridade delegada em suas esferas (de ordenação e governo, não de criação e recriação)”. Junto com eles, outros, Ainur, de menor poder e sabedoria, também descem a Eä e se tornam os Maiar (raça do Gandalf).

A principal missão dos Valar e dos Maiar é zelar por Arda, a Terra, habitação destinada a abrigar, na plenitude do tempo, os Filhos de Ilúvatar, Elfos e Homens. Por isso, eles assumiram formas semelhantes à imagem que tinham dos Eruhíni ( Quenya – Filhos de Eru), mas muito mais poderosas e majestosas; quando mais desejavam, podiam também caminhar por Arda como os espíritos que eram, sem forma material alguma.

Contudo, Melkor também entrou em Eä, e ali ele continua a procurar o domínio sobre seus irmãos, corrompendo muitos dos Maiar para seus serviços. Pouco a pouco, ele vai decaindo do antigo poder e majestade dos Valar: aprisiona a si mesmo numa forma física sinistra e tenebrosa e usa da violência da natureza – o frio das geleiras e o calor abrasante dos vulcões – para praticar o mal.

Os Poderes do Mundo – Depois de incontáveis guerras contra Melkor, os Valar decidem se estabelecer na terra de Aman, no extremo oeste de Arda, enquanto o Valar rebelde reina supremo na Terra-média, a região a leste do Grande Mar. Os Valar fundam em Aman o Reino Abençoado de Valinor, “os país dos Poderes”. Estes são os nomes dos principais Poderes e suas características, conforme foram conhecidos entre os Eldar (Altos Elfos) de Valinor:

Manwë foi designado pelo próprio Eru como seu vice-regente de Arda (VEJA MANWË), e a ele coube a missão de se opor com maior firmeza à ameaça de Melkor. Sentado em seu trono sobre a imensa Taniquetil, a maior das montanhas do mundo, o olhar de Manwë é capaz de penetrar todas as sombras e desvendar as tramas do Inimigo. Seu domínio é o ar e o vento que circula Arda, razão pela qual ele também é chamado de Súlimo, o Senhor do Alento da Terra. Espíritos incontáveis em forma de falcão e águia circumdam o trono do Rei dos Valar, e trazem a ele mensagens de todas as regiões de Arda. Ele é chamado de Rei Mais Velho de Arda e sua consorte é Varda, a Rainha das Estrelas. Coisa alguma na Terra é mais bela que a esposa de Manwë, Varda, chamada também de Elantári Tintallë (VEJA ARDA), a Inflamadora, pois a Luz de Eru antes de nascer do Mundo ainda brilha no rosto dela. E é exatamente a luz de Eä que sempre esteve sob o comando de Varda, que criou as primeiras estrelas ainda durante as eras esquecidas em que apenas os Valar e os Maiar caminhavam sobre a Terra. Quando os Poderes do Mundo souberam que os Elfos, os Primogênitos de Eru iriam despertar, Varda reiniciou seus grandes trabalhos e gerou as mais brilhantes estrelas de Eä para iluminar o caminho dos Quendi: Carnil e Luinil; Menelmacar, o Espadachim do Céu, que pronuncia a Ultima Batalha que haverá no fim dos tempos; e Valacirca, a Foice dos Valar, como um sinal de desafio contra o mal de Melkor. Por isso, todos os Elfos a reverenciam e na Terra-média, eles a invocam pelo nome de Elbereth Gilthoniel (que é a tradução Sindarin de Elentári Tintallë). Para quem lembrar: nosso amigo Frodo, chama por ela quando esteve no escuro com Laracna...

Ulmo (VEJA ULMO) é o Vala das águas e só perde em poder para o próprio Manwë. Senhor tanto das fontes que saem das profundezas da Terra quanto do vasto Belegaer Sem-Litoral, o Grande Mar, Ulmo sempre se opôs vigorosamente ao mal de Melkor, mesmo quando os Noldor de rebelaram a retornaram para a Terra-média. Através das águas, seus bons conselhos chegam tanto a Elfos quanto a Homens em qualquer lugar de Arda.

Se Manwë ama o ar e os ventos e Ulmo se deleita nas águas, Aulë ( VEJA AULË)comanda a estrutura física de Arda, as rochas, os metais e as pedras preciosas. Ele é o mestre não apenas das artes e ofícios que envolvem a habilidade manual, mas também dos idiomas da Terra-média e de Valinor. Como ele vive a Vala (Valië) Yavanna Kementári (VEJA YAVANNA).Yavanna é chamada também de Kementári, a Rainha da Terra. A esposa de Aulë tem sob sua proteção especial os animais e plantas que tiram seu sustento de Arda, e reverencia mais que qualquer outra coisa as árvores. Foi graças à sua intercessão junto a Manwë que os Ents passaram a existir, e seus ensinamentos deram origem a mais sagrada das artes entre Elfos e Homens: o cultivo da terra.

Oromë é o caçador dos Valar (VEJA OROMË), seguido por uma multidão de espíritos valentes e amantes da floresta, prontos a perseguir e exterminar todas as criaturas malévolas de Melkor. Junto com Ulmo, ele foi um dos poucos Poderes a nunca abandonar completamente a Terra-média, fazendo ouvir nas terras de Cá o sopro inconfundível de sua grande trompa, a Valróma, montado em Nahar, seu poderoso cavalo (Scadufax descende de Nahar). Vána, a Sempre-jovem (VEJA VÁNA), é a consorte de Oromë. Que faz brotar do solo flores e leva os pássaros a cantar quando caminha por Valinor.

Mandos é o nome dos qual Elfos e Homens, em geral, conhecem Námo (VEJA MANDOS), o Juiz dos Valar (meu preferido!). Ele habita nos vastos Salões de Mandos, de onde tirou seu apelido e lá reúne os fëar ou espíritos dos Quendi que sofrem a morte física. Nos Salões de Mandos, os fëar élficos passam por período de auto-conhecimento e compreensão dos erros e dores de sua vida passada para, então, retornarem a Arda com a mesma aparência e memória que tinham em sua vida anterior. Námo é também o guardião das leis imortais de Arda, e pronuncia todas as sentenças dos valar com a permissão de Manwë. Com ele Vairë (VEJA VAIRË), a Tecelã, que borda em suas tapeçarias toda a história de Arda.

Lórien é irmão de Mandos (VEJA LÓRIEN), Irmo é seu nome verdadeiro, Lórien são os vastos jardins de Valinor onde Irmo domina. Seus domínios também são a Imaginação, os Sonhos e o Repouso, e em suas alamedas de arvores e flores de Lórien, os rouxinóis cantam e até os mais atormentados podem encontrar a paz. Com ele vive Estë, a gentil.

Nienna é a Irmã dos Fëanturi, os Mestres dos Espíritos, como são apelidados Námo e Irmo (VEJA NIENNA). Ela é cheia de tristeza pelas dores de Arda, mas esse sentimento se reflete sem sabedoria e compaixão, que ela oferece aos que sofrem. Sua habitação fica no extremo oeste de Valinor, de frente para as próprias fronteiras do Mundo.


Por ultimo, entre os Valar vem Tulkas, o Forte (VEJA TULKAS), que entrou em Arda muito tempo depois do início da Criação, quando os Poderes estavam envolvidos em suas incessantes guerras contra Melkor. Com a ajuda da enorme força e resistência de Tulkas, eles venceram essa batalha, e o novo Vala se uniu a bela Nessa, Irmã de Oromë. Chamado também de Astaldo, o Valente, Tulkas corre a pé mais rápido que qualquer criatura vivente; seu cabelo é louro e sua face corada; suas armas são suas mãos. Tolkien não expõe isso em sua obra, mas vários estudiosos afirmam que Tulkas foi o único que deu uma surra federal em Melkor, usando apenas seus punhos. Eu acredito nisso, pois existe uma passagem onde Melkor corre que bate o pé na bunda quando sabe que Tulkas está vindo... ^^

O Inimigo e seus servos – Aos Valar se opõe Melkor, “Aquele se levanta em Poder”, posteriormente chamado pelos Eldar de Morgoth, “o Inimigo do Negro”. No início, ele era o mais poderoso das criaturas de Eru, mas seu desejo insaciável por mais poder e pelo domínio sobre as outras vontades de Arda fez com ele decaísse de sua alta condição, transformando-se num espírito de ódio, diante de quem caminhava sempre uma sombra de medo. Mesmo assim, durante muito tempo, ele foi capaz de ocultar essa mudança quando desejava, de maneira que muitos dos Maiar, também corrompidos, passaram a servi-lo.

Destes, o maior é sem dúvida Sauron, o Abominado, também chamado de Gorthaur, o Cruel(VEJA A VERDADEIRA FACE DE SAURON). No princípio, ele era uma Maia do povo de Aulë e quando passou a servir o Inimigo, ele corrompeu a sabedoria sutil do Vala ferreiro para os propósitos de Melkor. Quando o Exército do Oeste finalmente derrotou Morgoth, Sauron conseguiu escapar ao julgamento de Manwë e continuou a obra de destruição de seu mestre durante muito tempo na Terra-média. Foi também o povo dos Maiar que vieram os Balrogs (em alto-élfico Valaraucor, “demônios de poder”)(VEJA UM BALROG), capitães das hostes negras de Morgoth. Usando espadas de fogo e terríveis açoites, semelhantes a sombras que caminhavam envoltas em chama, eles levaram o desespero a Elfos e Homens mesmo durante a Terceira Era. O maior deles foi Gothmog, Senhor dos Balrogs.

Tentei ser o mais fiel e rápido possível em escrever a primeira (Ainulindalë) e segunda (Valaquenta) parte do “O Silmarillion”, uma das coisas que todos (meus amigos, família, leitores...) perguntam sempre está ligada a essas partes. Por isso, minha atenção foi tão especial. Acredito que muitos leitores não conheçam “O Silmarillion” e prefiro que lêem o livro do que ficar lendo essa resumo tão pequeno. Decidi que a partir daqui, minha narrativa será breve. Assim, você, leitor(a), toma vergonha e vá ler o livro!

O Quenta Silmarillon (A Historia das Silmarils) é a terceira e principal parte do Livro. Relata a Guerra entre Melkor e os Valar, o despertar dos primogênitos, os Elfos, e sua vinda para Valinor, o reino abençoado. Em seu período em Valinor os Elfos ganham conhecimento e poder, que justamente causariam sua queda, com a criação das Silmarils, três jóias que prendiam a Luz de Valinor em seu interior, por Fëanor, talvez o maior artífice dos Noldor. Sinceramente para mim, o personagem mais Fodão de todas as Obras de Tolkien.(VEJA FËANOR)

O roubo das Silmarils por Melkor e pela Medonha Aranha Ungoliant (VEJA ELES AQUI), o retorno belicoso e turbulento dos Elfos para a Terra-Média, o surgimento dos homens e todas as guerras travadas por causa das Silmarils são narradas nessa terceira parte - onde estão talvez as duas historias mais conhecidas do livro: a trágica historia de Turin e a romântica odisséia de Beren e Luthien(aliás, Tolkien disse que essa foi a primeira historia do "Livro dos Contos Perdidos"), esse conto é um conto de Amor que Tolkien fez para sua esposa Edith.BEREN E LÚTHIEN E TURIN.

O tom de certa forma enciclopédico e a forma sumária com que certas partes da historia são narradas pode assustar o leitor, que deve ter em mente que são o resumo da historia que Tolkien pretendia
contar. Tanto em "Quenta Silmarillion" quanto na parte seguinte, "Allakabeth", que narra a ascensão e queda do reino humano de Numenor, percebemos uma idéia constante por toda a narrativa: que não adianta nada os poderes adquiridos se eles foram usados com arrogância - pois essa mesma arrogância destruirá qualquer coisa em seu caminho, incluindo o portador desse poder. A obra termina com um resumo de como Sauron fez os Anéis e o que aconteceu com os personagens depois do final da Saga do Anel em Os Anéis do Poder e a Terceira Era.

O que faz “O Silmarillion” ser uma obra complexa é sua função. Era apenas para ser um grande conto histórico e épico. Mas Tolkien foi tão perfeccionista, principalmente, nessa Obra, que acabou a transformando quase com uma Bíblia para os fanáticos pela Terra-média como eu!


Com certeza, se ele tivesse tido a chance de desenvolvê-la, teria criado um épico que suplantaria até mesmo o seu próprio "O Senhor dos Anéis", que é ele próprio um tributo ao poder da imaginação humana.

UMA IMAGEM CRÉDITO!

Parte II - "O Senhor dos Anéis"

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Eu li "O Senhor dos Anéis" quando tinha 14 anos, sou da época que leitor de Tolkien eram pessoas aqui e ali, coisa dificil de se encontrar. Eu posso dizer que sou da fase que pensava " Cara, isso daria um mega filme, estilo Star Wars", sou da época que ao sair a primeira noticia do filme, que se não me falhe a memória, foi bem no final de 98 saiu pulando feito louco!!

"O Senhor dos Anéis" é uma obra que para quem não está acostumado com leitura, vai achar cansativo no começo, que foi meu caso. Porque é uma obra densa do começo ao fim. Mas valeu a pena cada página acompanhar as aventuras da Sociedade do Anel.Mudou toda a minha forma de ler, de ser e fazer. Mudou minha vida completamente, sou feliz por ter lido essa obra. Leia e divirta-se! Ao final de todo esse artigo sobre Tolkien e Suas Obras, dedicarei uma parte contando os segredos que descobri lendo o mestre por muito tempo!:)

“Três Anéis para os Reis-Elfos
sobre este céu,
Sete para os Senhores-Anões em
seus rochosos corredores,
Nove para os Homens Mortais,
Fadados ao eterno sono,
Um para o Senhor do Escuro em
Seu escuro trono
Na Terra de Mordor onde as
Sombras se deitam.
Um Anel para todos governar,
um Anel para encontrá-los
Um Anel para todos trazer e
na escuridão aprisioná-los
Na Terra de Mordor onde as
“Sombras se deitam”


Assim que o “O Hobbit” começou a fazer sucesso, o editor Stanley Unwin disse a Tolkien que precisava mais livros que explorassem o mesmo tema. O escritor respondeu enviando alguns contos infantis e os inúmeros manuscritos que tinha produzidos até então. Esses manuscritos continham o material que daria origem a “O Silmarillion”: anotações desordenadas e fragmentadas contando a densa história da criação do mundo até o início da Terceira Era, complexa demais para fazer par com a simplicidade da saga de Bilbo.

Tolkien não se deu por vencido. Logo começou a circular a notícia de que estava escrevendo novamente sobre o povo pequenino do Condado. Viu-se obrigado a aposentar o velho Bilbo, pois o final do “O Hobbit” assegurava que ele viveria em paz até o fim dos seus dias. E paz, para um Hobbit, se encontra bem longe de aventuras. Um dado a se colocar aqui: Dentre os maiores estudiosos das obras de Tolkien e seu próprio filho, Cristopher, não nega que Tolkien tenha criado algumas aventuras pequenas para Bilbo, principalmente para contar a noite para seus filhos, mas isso será uma coisa que nunca veremos... T.T

O sucessor de Bilbo acabou sendo seu sobrinho, que a principio tinha o nome de Bingo. Frodo, como o conhecemos hoje, seria o protagonista de uma aventura que aproveitaria alguns elementos de “O Hobbit”, para que o elo entre os dois livros não se perdesse. Esse elo acabou sendo, nada mais, nada menos, que o Anel de Bilbo, um dos poucos elementos que ainda não tinham sido explorados exaustivamente.

O aparecimento de um “Cavaleiro Negro”, que procurava por Frodo, marcou o inicio do afastamento que a nova história teria em relação à antiga. Era o primeiro sinal de que “O Senhor dos Anéis” caminharia um pouco em direção ao universo de “O Silmarillion”, sem torna-se tão complexo, mas assumindo um tom mais sombrio e denso.

Novamente Rayner Unwin, o jovem filho do editor, foi consultado para testar a qualidade dos primeiros capítulos, conforme Tolkien ia escrevendo. Entusiasmado, o menino perguntou sobre o titulo que seria dado ao livro, e isso mudou o curso das reflexões do autor. A história dos Anéis lhe parecia cada vez mais interessante...

Devido aos problemas de família e de falta de inspiração, Tolkien abandonou o novo manuscrito diversas vezes, tornando o processo de criação lento e cada vez mais difícil. No entanto, num único espasmo de criatividade, definiu o papel de Gandalf, do Espectros do Anel e de um ser das trevas que procurava o anel de Frodo. Esse anel teria que ser destruído, o que não seria nem um pouco fácil. Só poderia ser desfeito no fogo do vulcão onde tinha sido forjado, em Mordor.

A partir disso foi fácil conduzir a história até a casa de Tom Bombadil, depois de uma certa taverna em Bri, onde Frodo e seus companheiros encontraram o personagem que até então não estava nos planos. Aragorn, ou Passolargo, aparecia pela primeira vez na história. E tornaria a vida do Sr Pikachu Sama aqui mais feliz! Estava destinado a ser um verdadeiro herói, o rei que hoje intitula o terceiro volume da trilogia. Mas naquela época, Tolkien sabia dele tanto quantos os Hobbits.

A chegada de um grande herói requeria um grande vilão, e a figura de Sauron foi ganhando vida. O papel dos anéis também foi definido. Haveria entre eles Um que tinha sido criado para dominar todos os outros, o único que não retornara a Mordor, pois estava perdido. Era o anel que Frodo deveria destruir caso contrário o mundo seria coberto pela negra sombra do Senhor do Escuro. Tolkien encontrara o elemento que faltava para o desenvolvimento de uma história grandiosa e heróica, de tom bastante diferente da antecessora. Foi aí que ele referiu à nova criação pela primeira vez com o título de “O Senhor dos Anéis”.

O inicio da Guerra do Anel ia se aproximando, assim como o inicio da Segunda Guerra Mundial, e o escritor foi questionado a respeito de uma possível alegoria. Afinal seria muita coincidência que duas guerras, uma real e outra criada, estivessem explodindo ao mesmo tempo. Do ponto de vista inglês, o fato de que os heróis de ambas viessem do ocidente e combatessem monstros do leste, só piorava a situação. Mas Tolkien garantiu que se tratava de uma coincidência, que não se interessava por metáforas desse gênero. Tampouco simpatizava com os comunistas, no entanto, está descartada qualquer possibilidade de imperialismo por parte do autor, que já foi ate chamado de nazista em virtude das semelhanças de sua historia com os conflitos da época. Como ele tratou os elfos, achavam que seres superiores e perfeitos lembravam muito os Arianos de Hitler...

O fato é que o advento da Segunda Guerra atrasou, e muito, o desenvolvimento da Saga do Anel, que voltou a ser abandonada por longos períodos de tensão mundial, durante os quais tempo e inspiração eram um verdadeiro luxo. Ainda assim novos personagens foram aparecendo: Sam Gamgi, filho do jardineiro e companheiro de Frodo; os Ents, representando o amor de Tolkien pelas árvores; Saruman, Merry, Pippin... Já trabalhando no início do segundo livro, o escritor passou a refinar o estilo narrativo, a tornar a trama mais densa e sombria, aproximado cada vez mais a “nova história sobre Hobbits” de “O Silmarillion”. Achava, então, que “O Senhor dos Anéis” estava próximo de ser concluído, por isso prometeu ao editor Stanley Unwin que escreveria apenas mais seis capítulos. Ledo engano.

Tolkien escreveu mais trinta e um, ate dar-se por satisfeito. Esse perfeccionismo exigiu muito tempo e o editor já não sabia mais o que fazer. No entanto, alguns preferem usar a palavra “virtuosismo”. Durante toda a cronologia da Terra-média, desde o nascimento do mundo até o fim da Guerra do Anel, as fases da lua foram respeitadas, assim como as marés e a direção dos ventos. Todos os ciclos da natureza seguiram seu curso de maneira coerente, alheios às aventuras e sacrifícios dos personagens (como acontece na realidade). Esse cuidado faz com que tenhamos a impressão de que a história foi criada para acontecer na Terra-média, quando normalmente esperamos um mundo criado em função da história, servindo-lhe de cenário.

Terminar “O Senhor dos Anéis” foi um processo bastante complicado. Quando Tolkien fez cinqüenta anos, ainda estava resolvendo a historia do mundo e os personagens encontravam-se espalhados por ele, envolvidos em diversos conflitos ainda sem solução. Alem disso, o escritor estava no meio de infindável processo de criação do Sindarin e do Quenya, as línguas élficas, bem como os rudimentos das línguas de diversas outras raças. Estava ficando velho e apenas “O Hobbit” tinha sido publicado: uma perspectiva nada animadora. E apesar de já ter contribuído de maneira decisiva para as ciências filosóficas, ainda não estava concluído o trabalho de sua vida.

Mas Tolkien persistiu e, aproveitando as longas madrugadas que intermeavam seus atarefados dias de professor em Oxford, foi levando Frodo e Sam em direção a Mordor. Faramir aparece para interrompê-los no caminho, com a finalidade de ganhar tempo para que o autor resolvesse os problemas de Gondor e Rohan. A história foi ganhando proporções gigantescas e Tolkien já não tinha controle nenhum sobre ela. O editor já perdera as esperanças. A Segunda Guerra chegaria ao fim antes que a Guerra do Anel...

Nem os animadores comentários de Rayner Unwin, agora estudante de Oxford, conseguiram fazer com que Tolkien finalmente terminasse a história. Isso só viria a acontecer em 1949, doze anos depois de ter sido começada. O escritor revisava os manuscritos obsessivamente, alterava detalhes ínfimos e nunca estava contente com o resultado. Como ele mesmo disse: “Não creio que haja muitas frases que não tenham sido objeto de consideração meticulosa.”

O “Senhor dos Anéis” estava pronto, mas só seria publicado em 1954. Durante cinco anos, Tolkien mandou à versão definitiva a datilografada a algumas editoras, sem sucesso. Concluíra que o livro tinha se distanciado completamente do tipo de coisa que Allen & Unwin esperava, mas no fim foram eles que mais uma vez apostaram na sua genialidade. Ninguém, nem mesmo o próprio autor, podiam imaginar que a trilogia faria sucesso quase imediato, que cinqüentas anos depois estaria entre os mais vendidos do mundo ou que inspiraria uma das maiores produções cinematográficas de todos os tempos.

A trilogia de “O Senhor dos Anéis” é considerada hoje a principal referência no universo de literatura fantástica. Um divisor de águas no cenário mitológico britânico, ao quais os Hobbits pertencem com a mesma naturalidade dedicada pelos irlandeses aos Leprechauns, escandinavos aos Trolls e alemães aos Gnomos. Esses seres lendários, no entanto, demoraram séculos se desenvolvendo na mitologia das respectivas culturas, enquanto os Hobbits apareceram quase como um passe de mágica. Muita gente já ouviu falar desse povo pequenino e tímido que vive em buracos, sem ter a menor idéia de que foi criado recentemente. Alguns também ignoram a autoria da criação não só dos Hobbits, mas dos Ents, Orcs e Balrogs, a quem igualmente se deve a imagem moderna de Elfos, Anões e feiticeiros: O mestre J.R.R. Tolkien.

No entanto, a obra do escritor influenciaria muito mais do que a fantasia moderna. Inspiraria as gerações seguintes a ponto de proporcionar uma espécie de realidade alternativa, um farol para guiar a imaginação de milhares de leitores em direção oposta a do entorpecimento mental e criativo, característico da vida que levamos atualmente. A capacidade de criar, sonhar e representar difere o ser humano dos outros animais, mas fica em segundo plano diante da correria do dia-a-dia.

Não é à toa, então, que “O Senhor dos Anéis” exerça tanta atração e fascínio sobre artistas de todas as áreas, e sobre aqueles que não querem estar sós na busca de valores alternativos, de uma identidade diferente num universo de horizontes mais amplos.

“Eu me dedicaria totalmente às historias mais grandiosas, inserido outras, apenas rascunhadas, no contexto da trama. Todas deveriam, no entanto, estar ligadas num único e majestoso universo, ainda assim dando margem ao trabalho de mente e mãos alheias, empunhando pena, tinta e música.”

Personagens: *Gandalf já foi mencionado no artigo “O Hobbit”*

Frodo: Filho de Drogo Bolseiro e Prímula Brandebuque, Frodo nasceu no ano 2968 da Terceira Era. Logo cedo, ficou órfão e foi adotado por seu tio Bilbo, com quem viveu tranquilamente durante muitos anos. Era um jovem culto e com um raro gosto por aventuras. Quando Bilbo desapareceu do Condado, Frodo herdou suas riquezas e o Um Anel. Em pouco tempo Gandalf bateria à sua porta para mudar o curso de sua existência, bem como das vidas de todos os outros Hobbits. Frodo abandona sua terra natal e, com alguns companheiros, protagoniza a maior de todas as aventuras: a Saga do Anel. O Conselho Branco, em Valfenda, determina que o jovem Hobbit deve destruir o anel na forja onde tinha sido criado, em Mordor. Essa missão quase lhe custou à vida diversas vezes e dela não escaparia sem a ajuda de seu fiel companheiro, Sam Gamgi.

Sam Gamgi: Seguindo os passos de seu pai, Sam tornou-se o jardineiro de Bolsão, mas não exerceu a profissão muito tempo. A sorte lhe reserva um destino bem mais grandioso: acompanharia a Sociedade do Anel durante muitas andanças e inúmeras aventuras e depois seguiria Frodo através dos domínios de Sauron. Teve papel fundamental para que a destruição de Um Anel fosse bem sucedida. Quando Frodo partiu para o Ocidente, Sam herdou Bolsão, casou-se com Rosa Villa e com ela teve treze filhos.

Merry Brandebuque: Nasceu na Terra dos Buques, no Condado, e lá viveu até partir inesperadamente com Frodo, Sam e Peregrin. Com eles, viveu dezenas de aventuras até ter sido capturado pelas hordas de Isengard. Seu cativeiro terminou com a ajuda dos cavaleiros Rohirrim, porém perdeu-se em Fargorn, onde conheceu Barbávore e os outros Ents. Mais tarde jurou seus serviços ao Rei de Rohan, Thepdén, de quem foi escudeiro durante as guerras que sucederam. Foi ferido gravemente ao salvar a vida de Éowyn, mas Aragorn livrou-o da morte. Quando regressou ao Condado, lutou contra o domínio de Saruman e depois passou o resto dos seus dias em Rohan e Gondor, onde foi enterrado com todas as honrarias na Casa dos Reis. Merry ficaria famoso por ter sido o Hobbit mais alto de se teve notícia.

Peregrin Tûk: Mais conhecido pelo apelido, Pippin também fez parte da Sociedade do Anel até ela se desfazer. Assim como Merry, foi capturado pelos Orcs de Isengard e ambos viveriam as mesmas aventuras, separando-se apenas uma vez. Enquanto Merry se alistava no exército de Rohan, Pippin fazia o mesmo em Gondor, onde salvou a vida do príncipe Faramir. Os dois companheiros foram sepultados juntos na Casa dos Reis.

Aragorn: Décimo sexto da linha de chefes dos Dúnedain do Norte, Aragorn foi criado na casa de Elrond, em Valfenda. Ainda jovem, apaixona-se por Arwen, filha de seu anfitrião. Elrond só permitiria que se casassem quando Aragorn voltasse a ser o rei de Anor e Gondor. Buscando esse fim, viajou durante muitos anos lutando pelos direitos dos Povos Livres. Ficou conhecido por uma série de nomes: Elessar, Passolargo, Pedra Élfica, Thengel, Ecthelion e Thorongil. Em 2956, torna-se muito amigo de Gandalf. Em 3018, encontra Frodo, o Portador do Anel, numa estalagem de Bri. Liderou a Sociedade do Anel quando o feiticeiro desapareceu em Moria, contribuindo decisivamente para as grandes vitórias conquistadas nas guerras que viriam. Com a derrota de Sauron, tornou-se o Rei Elessar do Reino Unificado e finalmente herdaria a coroa, compondo uma longa linhagem de reis.

Boromir: Dúnadan, filho de Denethor II e Regente de Gondor. Depois de dividir um sonho profético com seu irmão Faramir, partiu para Valfenda, onde passou a integrar a Sociedade do Anel. Foi um companheiro fiel até sofrer a influência do Olho de Sauron, às margens da Cachoeira Rauros. Perdeu a razão e atacou Frodo para tomar-lhe o Um Anel. Quando recobrou o juízo, já era tarde: estavam sendo atacados pelos Orcs de Isengard.

Legolas: Príncipe dos Elfos da Floresta das Trevas, Legolas junta-se à Sociedade do Anel por decisão do Conselho Branco, na Casa de Elrond. Seu arco sempre pronto e mortal, sua aguçada visão élfica e seus conhecimentos sobra às florestas salvaram o grupo mais de uma vez, durante suas aventuras. Com o advento do ataque dos Orcs de Isengard e a quebra da Sociedade, Legolas segue viagem com Aragorn e Gimli, o Anão, de quem se torna um grande amigo. Lutam lado a lado nas grandes batalhas de Hornburg, Pelargir e dos Campos de Pelennor. Terminada a Guerra do Anel, Legolas inicia uma colônia de Elfos em Ithilien.

Gimli: Nasceu nas Montanhas Azuis, porém quando Smaug foi derrotado, mudou-se para Erebor. Mais tarde, viajou com seu pai Glóin (da Campanha de Thorin) rumo a Valfenda, onde foi escolhido para integrar a Sociedade do Anel. Gimli foi um dos únicos Anões a se tornar amigos dos Elfos. Conheceu Galadriel em Lothlórien, de quem sempre levaria uma mecha de cabelo em sinal de devoção e amor. Sua grande amizade por Legolas causava surpresa e admiração. Juntos lutaram nas grandes batalhas, que só teriam fim diante das portas de Mordor. Com o término da Guerra do Anel, tornou-se senhor das Cavernas Cintilantes, até finalmente partir da Terra-média com Legolas em direção ao Ocidente.

Gollum: Alguns falam que ele já foi um Hobbit, outros falam que era somente um parente dos Hobbits. Prefiro dizer que ele era um Hobbit que ficou desfigurado pelo poder do Um Anel. Quando ainda vivia no Vale do Anduin, era conhecido pelo nome de Sméagol. Para conseguir o anel, assassinou seu primo Déagol, que o encontrara enquanto pescava no rio. A horrorosa influencia do Um Anel prolongou a vida de Sméagol, o deformando até tornar impossível o convívio social. Transformou-se num liso e escorregadio morador de cavernas e calabouços, fugindo do sol, comendo porcarias e matando pelas costas. A partir de então, passou a ser chamado de Gollum, nome inspirado nos barulhos gorgolejantes que produzia ao conversar com seu “Precioso”. Escondeu-se, durante séculos, nas profundezas das Montanhas Sombrias até Bilbo Bolseiro aparecer por ali e tomar-lhe o Anel nas famosas “Advinhas no Escuro”. Quando Gollum finalmente localizou o Hobbit, este deixara seu tesouro para Frodo, que partia rumo a Mordor intencionando destruí-lo. É um dos personagens mais interessantes que Tolkien já fez no ponto de vista psicológico, Gollum vivia somente para o Um Anel, mesmo que para isso andasse pelo o sol ou fosse escravo do sobrinho do ser que ele mais odiava. Tolkien criou Gollum de uma forma que até hoje os grandes escritores o copiam para fazer seus vilões. Ele não tinha valores ou um caminho que devia seguir, como era o resto dos personagens da Saga do Anel.

O Senhor dos Aneis - Imagens

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Parte II - Os Livros "O Hobbit"

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O Hobbit foi o livro que eu li mais rapido em toda minha vida, acho que eu li em meio dia. Uma obra que todos podem desfrutar sem medo de achar enfadonho ou cansativo. Divertido desde da hora que Bilbo abre a porta de sua casa para Gandalf até quando ele volta morto de rico das terras ermas.

“De fato sou um Hobbit”, disse Tolkien certa vez, ”em tudo exceto no tamanho. Gosto de jardins, árvores e fazendas não mecanizadas; fumo cachimbo, gosto de comida simples (sem refrigeração), mas detesto a cozinha francesa; gosto de coletes ornamentais e até ouso vesti-los nestes dias aborrecidos. Aprecio cogumelos (colhidos no campo), tenho um senso de humor muito simples, deito-me tarde e levanto-me tarde (quando possível). Não viajo muito.”

O autor de “O Hobbit” e “Senhor dos Anéis” era um homem do campo e isso influenciou bastante o seu trabalho. Os gostos pelos hábitos e cultura do centro-leste inglês somando as influencias mitológicas (celtas, nórdicos e centro-europeus), definiu a personalidade do Sr. Bilbo Bolseiro e com ele de toda uma raça que embasaria sua obra: os Hobbits. São criaturas semelhantes às seres humanos, porem bem mais baixa (medindo aproximadamente um metro e vinte), de farta cabeleira encaracolada que também nasce sobre pés e mãos. Moram em confortáveis buracos feitos em pequenas colinas e, em geral, não sabem nadar. As diferenças entre criador e criatura terminam por aí. São tímidos, preferem ficar em casa, adoram comida caseira (de preferência cogumelos) e estão sempre fumando cachimbo. Não perdem a oportunidade de comentar uma boa fofoca, não conseguem acordar cede e bebem demais nas festas, que são bastante freqüentes e animadas.

Segundo Tolkien, o tamanho dos Hobbits é uma característica que representa a falta de imaginação desse povo, a respeito de toda a coragem e potencial neles latentes. Mas onde a inspiração do autor encontrou semelhantes raízes? Nos bravos soldados ingleses que lutaram como formigas numa guerra colossal.

Bilbo Bolseiro é o protagonista do primeiro romance de J.R.R. Tolkien, intitulado “O Hobbit”. Mora em um luxuoso buraco chamado “Bolsão”, nome da fazenda de uma tia do escritor, em Worcestershire. Essa terra, onde seu irmão Hilary trabalhava, serviu de ponto de partida para a criação do “Condado” dos hobbits, enquanto que A Vila dos Hobbits, foi inspirado em Warwickshire, onde Tolkien passou quatros anos estudando.

Tolkien escreveu “O Hobbit” para seus filhos e isso explica a simplicidade das técnicas nele empregadas. Apesar de hoje não ser considerada uma obra infanto-juvenil, o vocabulário é acessível e os parágrafos nunca são muitos longos. Os diálogos e ações são privilegiados em detrimento a reflexões e descrições poéticas, os personagens são ricos, porem não complexos e os valores do bem claramente vencem os do mal. As crianças podem ler a história simplesmente pela historia, enquanto os adultos aproveitam as sutilezas e ornamentos da narrativa.

“Num buraco na terra vivia um Hobbit”. Essa nota de rodapé marca o nascimento de uma idéia que, no inicio da década de trinta, daria origem a Bilbo Bolseiro e mais tarde aos acontecimentos descritos em “O Hobbit”. Nessa época, Tolkien já tinha desenvolvido grande parte da enorme paisagem mitológica que constitui “O Silmarillion”, mas certamente não era sua intenção inicial mesclá-la ao mundo burguês e aconchegante de Bilbo. Isso foi inevitável, no entanto, quando o pacato Hobbit encontrou o mago Gandalf e, deixando-se levar por ele e por um punhado de anões destemidos, embarcou numa aventura inesperada em terras desconhecidas, povoadas por raças misteriosas, dragões flamejantes e repletas de cavernas e calabouços.

Durante anos decorridos na criação do livro, a historia sofreu diversas mudanças, bem como os nomes dos personagens, ate chegar à versão que conhecemos. O dragão “Smaug” (do germânico smugan, que significa “espremer-se por um buraco) chamava-se originalmente “Pryftan”; o nome “Gandalf” pertencia ao chefe dos Anões, que mais tarde tornou-se Thorin Escudo de Carvalho. O feiticeiro era conhecido como “Bladorthin”, mas logo apropriou-se do “Gandalf”, em islandês, “elfo-feiticeiro”. Nomes em línguas antigas misturaram-se com inglês moderno e as características de novas raças foram sendo definidas. Mapas foram desenhados e linguagens inventadas. Era a Genesis de um universo fantástico ainda modesto, mas que no futuro tomaria dimensões gigantescas.

As aventuras de Bilbo e seus companheiros quase tiveram o destino de tantas outras obras do autor: o esquecimento. Foi apenas por acaso que um empregado da editora Allen & Unwin teve acesso ao manuscrito original que provocou interesse imediato. Ao concluir o livro às pressas, Tolkien teve que entregá-lo a Rayner Unwin, filho do presidente da editora que, com apenas dez anos, teve a palavra final sobre o destino da publicação. Segue seu relatório, felizmente entusiasmado: “Bilbo Bolseiro era um Hobbit que vivia em sua toca de Hobbit e nunca saía para aventuras. Finalmente chegou Gandalf o feiticeiro e seus anões o persuadiram a ir. Foi emocionante combater Orcs e Wargs. Finalmente, chegaram à montanha solitária; Smaug, o dragão que a guarda, é morto e , após um espetacular batalha contra os Orcs, ele voltou para casa rico! Este livro, com a ajuda de mapas, não precisa de nenhuma ilustração, é bom e deve agradara a todas as crianças entre cinco e nove anos.”

O lançamento de “O Hobbit” foi conturbado pelo perfeccionismo do autor (que não se cansava de revisar os textos), pelos problemas de gráfica (os mapas originais tinham cores demais, desculpe leitor, mas preciso fazer isso: porra de gráfica sem instrumentos novos, ainda eram do século XVII!) e por inexperiência dos editores (que comparavam a obra ao Alice no País das Maravilhas, só porque ambas tinham escritas por professores de Oxford), mas foi um sucesso absoluto. Começou a ser vendido em dezembro de 1937, como livro infantil, ilustrado pelo próprio autor. Mas, em pouco tempo, os críticos já se manifestavam positivamente descrevendo a obra como “um desses livros de criança que podem ser aproveitados pelos adultos”.

A primeira edição esgotou-se em três meses e ate hoje são feitas inúmeras reimpressões. Nos Estados Unidos, o sucesso também foi confirmado em pouco tempo. Os editores logo perceberam que tinham descoberto uma mina de ouro e Stanley Unwin escreveu a Tolkien: “No ano que vem, um grande publico estará clamando para ouvir mais de você sobre Hobbits!”

Partindo da trama de “O Hobbit”, desenvolvendo seus personagens e o mundo à volta deles, Tolkien começa a trabalhar numa continuação de caráter bem mais complexo, numa saga bem mais grandiosa e elaborada que mais tarde se transformaria em “O Senhor dos Anéis”. Após a publicação dessa trilogia, “O Hobbit” passa a pertencer a um universo mais amplo, sendo até hoje considerado uma obra-prima destinada ao público de todas as idades.

Personagens Principais:

Bilbo Bolseiro: Nascido no Condado, no ano de 1890 da Terceira Era. Bilbo vivia tranqüilo em seu buraco chamado “Bolsão”. Sua vida pacifica chegou ao fim com a visita de Gandalf e dos treze Anões liderados por Thorin Escudo de Carvalho, com quem viajou diversas aventuras que culminaram com a morte do dragão Smaug e o restabelecimento do reino dos Anões sob a Montanha Solitária, em Erebor. Durante essa jornada, Bilbo encontra Gollum e passa a ser o dono de um anel dotado de estranhos poderes: tornava o usuário invisível. Mais tarde, esse anel foi identificado como sendo o Um Anel que pertenceras ao Senhor dos Anéis. No ano de 3001, Bilbo organizou uma grande festa em homenagem ao seu aniversário, de onde desapareceu subitamente, sem deixar rastros. Mais tarde, soube-se que tinha ido morar com Elrond, onde passaria o resto dos seus dias escrevendo suas memórias. Frodo, o sobrinho de Bilbo, herdou o anel e todas as riquezas acumuladas nas aventuras do tio, e mais tarde teria seu papel fundamental na Guerra do Anel. Aos 131 anos, Bilbo parte com seu sobrinho para as Terras Imortais.

Balin: Um dos Anões da Campanha de Thorin que viajou com Bilbo até a montanha em Erebor, local onde nasceu. Seguindo o rei Thrain II, quando Smaug expulsou os anões do Reino sob a Montanha, Balin participou da grande Guerra dos Anões e Orcs e depois se retirou por um bom tempo nas Montanhas Azuis. Ali permaneceu até a tentativa frustrante de retornar a Erebor, juntamente com i rei Thrarin II, morto nessa empreitada. Cinqüenta anos se passaria ate que Balin se juntasse à Companhia de Thorin e com ela recuperasse o Reino sob a Montanha. Em 2989, o Anão abandona a Montanha Solitária para tentar resgatar o reino perdido de Moria das garras de Balrog.

Gandalf: O feiticeiro Istar, conhecido com Língua Geral como Gandalf, o cinzento, possui diversos nomes e uma longa história que data da Primeira Era. Mithrandir para os Elfos, Tharkûn para Anões e Incánus para os Haradrim(Homens): o mago era conhecido por muitas raças e em muitas cidades; era visto com um misterioso viajante de idade avançada, longa barba branca, vestido num manto de mutas capas. Usava ainda um chapéu pontudo e nunca largava seu cajado; estava sempre de passagem e muito atarefado. No inicio da Terceira Era, Gandalf foi escolhido como um dos Feiticeiros Istari que iriam abandonar a Terras Imortais em jornada à Terra-média, onde receberia de Círdan ( em algumas traduções ficou Círdran) o anel do fogo: Narya.
O mago passou mais de dois mil anos impedindo as travas de se alastrarem e, em 2941, conheceu Bilbo, com quem livrou a Montanha Solitária do dragão Smaug. Durante essa aventura, adquiriu a lendária espada Glamdring. Oitenta anos depois, Gandalf conhece Frodo, no Condado, que teria papel decisivo na Saga do Anel.
Durante sua aventura com Frodo e a Sociedade do Anel, Gandalf teve que enfrentar o Balrog nas Minas de Moria, com quem travou um duelo de vida e morte do qual sairia fortalecido, com o nome de Gandalf, o Branco. Justamente com seu cavalo, Scadufax, foi elemento decisivo para a vitoria da Campanha do Oeste na batalha final contra Sauron, às portas negras de Mordor.

Thorin: Thorin Escudo de Carvalho ganhou esse sobrenome nas batalhas de Azanulbizar, quando lutou com um galho dessa árvore após ter sido desarmado. Filho do rei Thráin II, Thorin nasceu no Reino sob a Montanha. Depois da guerra dos Anões e Orcs, exilou-se nas Montanhas Azuis, onde permaneceu por meio século. Passando esse tempo, saiu para liberar a Companhia dos Anões que, com Bilbo e Gandalf, recuperou o reino onde nascera. Para isso tiveram que expulsar o dragão Smaug, habitante da Montanha Solitária.

Bard, o Arqueiro: Nasceu e foi criado entre os homens do lago de Esgaroth. Estava na Cidade do Lago quando encontrou a Companhia de Thorin. A cidade já havia sido devastada pelos ataques de Smaug, que vivia ali perto, na Montanha Solitária. Quando Bilbo e seus companheiros expulsaram o dragão de seu esconderijo, Bard o aniquiliou com uma flecha bem colocada no único ponto da couraça. Depois de liberar os homens do lago na batalha dos Cinco Exércitos, Bard reconstruiu Valle (cidade de seus ancestrais) usando parte dos tesouros do dragão.

Smaug: A história do maior dos dragões da Terceira Era perde-se no tempo. Dizem que vivia nas Montanhas Cinzentas antes de mudar-se para Erebor. Fez sua toca sob a Montanha Solitaria no antigo reino dos Anões e estabeleceu seu domínio terrorista em Valle, atacando os homens do lago. Ali permaneceu por muito tempo, dormindo sobre tesouros incontáveis e pedras preciosas. Essas pedras foram se prendendo por todo seu abdômen, ponto fraco natural dos dragões, tornando-o quase invencível. Bard, homem de Valle, aproveitou a única falha da magnífica couraça e destruiu com uma flecha certeira.

Imagens do Livro "O Hobbit"

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J.R.R. Tolkien, O Mestre

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Por: Sr Pikachu Sama


Finalmente irei mostrar meus textos sobre os grandes da literatura, aqueles que me influencia no meu dia-a-dia.E para começar, dedico todo meu empenho em escrever da forma mais correta possível para meu Autor preferido J.R.R Tolkien. Quando li "O Senhor do Anéis" tinha apenas 14 anos, precisei ler o primeiro capítulo cinco vezes para compreender sua narrativa!! Uma porque eu achava enfadonho e cansativo a forma que eles descrevia as coisas, me arrependo amargamente de um dia fazer esse tratamento a obra que mudou minha vida!!^^

Dividi todo seu legado em partes: O Autor, Os Livros, Sua Influencia na cultura Ocidental e O Cinema.

Parte I - O Autor

"J.R.R. Tolkien, o Pai do Fantástico e RPG"

O contato que a nossa cultura tem com o universo mitológico europeu e como o imaginário britânico restringe-se quase que exclusivamente aos contos de fadas. Atualmente, o costume de contar essas histórias fantásticas para as novas gerações está cada vez mais raro. No entanto, quem nunca ouviu falar em princesas cativas, dragões que guardam montes de ouro, feiticeiros lançando magias luminosas e vilões do mundo das trevas? Quem é que já não se rendeu a aventuras épicas de guerreiros heróicos e suas espadas mágicas, calvagando nobres montarias? E quem não tem idéia do que sejam gnomos, fadas, elfos e unicórnios? Poucos, sem dúvida!

Mas por esse elfos, gnomos, fadas, magos e guerreiros das velhas fábulas são diferentes dos que encontramos hoje nas planilhas de RPG, nos jogos de computador, em desenhos animados como “A Caverna do Dragão” ou descritos pela geração de músicos dos anos setenta? Qual a razão do abismo existente entre as criaturinhas que povoam as historia infantis e as variadas raças presentes na fantasia moderna, dotadas de passado histórico complexo, linguagens próprias e tradições milenares? Quem é o responsável pelas drásticas mudanças ocorridas no cenário fantástico? Seu nome é John Ronald Reuel Tolkien.

Esse gênio, mais conhecido simplesmente como Tolkien, nasceu no dia 3 de Janeiro de 1892, na África do Sul. Naquele tempo, muitos ingleses desembarcavam nesse misterioso país, pertencente ao império britânico, para tentar a sorte nas varias oportunidades oferecidas pelas crescentes descobertas de ouro e diamante. Esse foi o caso dos enamorados Arthur Tolkien e Mabel Suffield, que se casaram na Cidade do Cabo e deram luz ao pequeno John, em Bloemfontein, que dois anos depois ganharia um irmão: Hilary.

A alegria durou pouco. Em 1895, Mabel teve que voltar para a Inglaterra levando as crianças, que no ano seguinte ficariam órfãs de pai. Tolkien passa a estudar no King Edward´s Grammar School e recebe o segundo grande golpe de sua vida, quando a mãe morreu de diabetes em 1904, ainda jovem. Os irmãos mudam-se para a casa de uma tia, em Birmingham. Quatro anos depois, Tolkien vai estudar em Oxford, onde se destaca desde cedo.

Quando estourou a primeira guerra, o mundo inteiro entrou em polvorosa, o que não impediu o rapaz de terminar os estudos e nem de render diversos prêmios de lingüística e literatura, suas maiores áreas de interesse. A essa altura já estava apaixonado por Edith Bratt, amiga de infância, com que se casou em 1916. No mesmo ano, Tolkien vai guerrear na França, como segundo-tenente do 11º Corpo de Fuzileiros da Lancashire, prestando serviço de oficial sinalizador do batalhão. Logo retorna à Inglaterra, sofrendo de “febre das trincheiras”. Enquanto convalescia, começou a escrever “O Livro dos Contos Perdidos”, que serviu como base para “Silmarillion”. No final do ano, nasce seu primeiro filho, John.

Retorna ao batalhão em 1918, agora como tenente, cargo que exerceria até o Armistício (o dia que Rússia deixa a Guerra, dando assim, o termino da mesma). Volta a Oxford com a família. Em 1920, após o nascimento de seu segundo filho, Tolkien torna-se docente de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, onde mais tarde seria catedrático na mesma matéria. Nos anos seguintes, ainda nasceriam mais duas crianças: Christopher, que herdou o legado do pai e hoje trabalha ativamente organizando-o, e Priscila, a única menina.

Um ano mais tarde, Tolkien começa a escrever “O Hobbit”, que seria publicado apenas no outono de 1937. Por sugestão do editor Stanley Unwin, inicia uma continuação, que doze anos depois estaria concluída com o nome de “O Senhor dos Anéis”.

O Primeiro volume da trilogia, intitulado “A Irmandade do Anel”, foi publicado em 1954, após ter sido recusado por algumas editoras. Mal sabiam elas que anos depois a saga seria considerada uma verdadeira obra clássica da literatura britânica em todo mundo, inclusive no Brasil, onde ainda esta na lista dos dez mais vendidos de todos os tempos e principalmente ser adaptação mais cara e mais aguardada de todos os tempos do cinema mundial.

Mas o que é a Terra-média, cenário do universo criado por Tolkien? Onde fica? Quando acontece? E por quê?

O nome em inglês, Middle-earth, é a forma moderna de Middelerd, antigo termo usado para designar o mundo dos homens em oposição aos mundos imaginários, como os das fadas, o céu e o inferno. O próprio autor criticava a idéia, na qual a maioria das pessoas acredita, de que o mundo onde se desenvolvem suas historias seria outro planeta. Em entrevista para os jornalistas, chegou a dizer que a região da Terra-média, onde a saga acontece, corresponde à costa européia. Se a Vila dos Hobbits e Valfenda situam-se nas mesmas coordenadas que Oxford (que era a sua idéia), Minas Tirith faz paralelo com Florença, e a foz do rio Anduin com a antiga Tróia!

Essa revelação torna necessária a segunda pergunta: quando? O tempo é seguramente mitológico antes de qualquer registro histórico sobre a civilização humana. Inicia-se na criação de um planeta achatado, inserido em esferas de ar e luz, dominado por semi-deuses chamadas de Valar, povoado por Elfos, Anões, Ents e Orcs. Por volta de 30.000 anos depois, apareceriam os homens. O cataclismo que transformaria o planeta na forma de globo e afundaria a ilha de Númenor (hoje se sabe que é uma referencia sobre Atlântida), ocorreria ainda mais tarde. Segundo Tolkien, as aventuras dessa época, que são contadas no “O Silmarillion”, desencadeariam naturalmente e de maneira inevitável, o curso da historia como aprendemos na escola.

A terceira pergunta crucial. Por que alguém resolveria criar uma nova historia para nosso mundo, ainda que seja uma pré-história mitológica, num tempo imaginário? As próprias cartas do escritor servem de resposta. Nelas Tolkien declara que desde cedo, sentia-se incomodado pela falta de historias que procurava, as quais encontravam em outras culturas como a Escandinávia, alemã, grega e celta. Seu grande sonho não era apenas escrever grandes sagas, como “O Senhor dos Anéis”. Almejava criar um cenário mitológico completo para seus compatriotas, para todo o povo britânico.


Não é preciso dizer que J.R.R. Tolkien foi muito alem do que pretendia. Por todo planeta, legiões de leitores não apenas lêem sua historias como incorporam um universo novo as suas vidas. Literalmente ampliam seus horizontes para outros tempos, outras paragens, conhecem novas raças e costumes. A habilidade narrativa do escritor é tal, que o mundo como conhecemos torna-se uma mescla de real e fantástico, ganha novas cores, novas possibilidades e, muitas vezes, ate um novo sentido. A força da sua criação é grande o suficiente para exorcizar a indiferença dos leitores em relação à importância do sonhar, à possibilidade deles mesmos criarem seus mundos com virtuosismos e viver a realidade com grandeza.

Tolkien não nos presenteou apenas uma historia inesquecível e um universo novo. Ele foi capaz de resgatar nas gerações seguintes a curiosidade necessária para explorar todo o potencial da imaginação humana; de comprovar a importância dos frutos dessa imaginação para dissipar as fronteiras e limites do mundo material. Seu legado estimula o Mario dom do ser humano: a criação, que é o principio oposto ao das grandes guerras que viveu.

Tolkien faleceu no dia 28 de Agosto de 1973, em Bournemouth, aos 81 anos de idade.